Quarta 24 de Abril de 2024

Movimento Operário

Governo, Justiça e Metro demitem novamente 10 metroviários

23 Oct 2014   |   comentários

Três dias após a reeleição de Alckmin no primeiro turno, 08/10, o governo tucano e o Metro conseguiram suspender a liminar na justiça do trabalho (TRT-2) que garantia a reintegração de 10 (primeiro grupo do julgamento) dos 42 metroviários demitidos na última greve.

Três dias após a reeleição de Alckmin no primeiro turno, 08/10, o governo tucano e o Metro conseguiram suspender a liminar na justiça do trabalho (TRT-2) que garantia a reintegração de 10 (primeiro grupo do julgamento) dos 42 metroviários demitidos na última greve. O recurso foi apresentado pela desembargadora Iara Ramires da Silva de Castro, no período de férias do Juiz Thiago Melosi que havia determinado a tutela antecipada.

A juiza alegou que o Metrô como “réu” não possuiu oportunidade “do contraditório”, ou seja a Empresa não teve tempo de apresentar sua versão e provas contra os metroviários demitidos. O que está por trás na verdade é uma decisão política do Governo de SP intermediada pela desembargadora, já que quem demitiu por justa causa (sem provas e do dia para a noite) foi o Metrô, e assim, quem não teve oportunidade de contestar foram os trabalhadores, que na condição de demitidos são os verdadeiros “réus” do processo.

Ontem (22/10) o Metrô notificou por meio de um Comunicado de Cassação de Liminar os 10 metroviários demitidos novamente, mantendo o desligamento de 09/06. Agora, com essa decisão 17 metroviários permanecem demitidos, e 23 continuam reintegrados até o julgamento se o governo não entrar com um novo recurso.

Essa situação demonstra claramente que não podemos confiar na justiça, pois ainda que algumas decisões possam ser favoráveis aos trabalhadores, ela como instituição atende os interesses dos governos e patrões. Por maior esforço que haja do departamento jurídico do Sindicato, a resposta que devemos dar desde a categoria e como classe trabalhadora é política.

Já passou da hora do Sindicato dos Metroviários organizar uma grande campanha na base da categoria pela readmissão dos metroviários, e não simplesmente aguardar as decisões do plano jurídico. Preparando uma batalha séria, ouvindo as iniciativas e ações propostas por vários trabalhadores que mesmo num cenário difícil pós greve querem lutar. Essa é a tarefa, que nós da agrupação Metroviários Pela Base, mesmo com nossas pequenas forças, estamos contribuindo para manter a mobilização através das reuniões nos locais de trabalho, formando comissões e organizando na base a luta dos trabalhadores.

Por outro lado, como as demissões se tratam de um ataque não somente aos metroviários, mas ao conjunto da classe trabalhadora, as grandes centrais sindicais como a CUT/CTB/Força Sindical (etc) as mesmas que Altino (Presidente do Sindicato dos Metroviários e do PSTU) disse que iriam parar SP se os metroviários sangrassem, ao invés de hoje serem enormes cabos eleitorais para a campanha de Dilma e Aécio, como mínimo deveriam realizar nos seus sindicatos campanhas de solidariedade aos demitidos, colocando todos os seus recursos a serviço da luta pela readmissão.

Além disso, a CSP- Conlutas e os setores da Intersindical a frente do Sindicato, deveriam seguir o exemplo dos trabalhadores da USP que durante sua greve em nenhum momento deixaram de colocar a luta dos metroviários como pauta também da sua batalha contra Alckmin e hoje nas unidades, a partir da iniciativa dos companheiros do Movimento Nossa Classe, realizam uma grande campanha de fotos de solidariedade e participam ativamente dos atos convocados, contribuindo para fortalecer uma unidade de todos os trabalhadores contra as ações do Governo Tucano.

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