Quinta 25 de Abril de 2024

Movimento Operário

ATAQUES NAS MONTADORAS

FORD: As greves mostram o caminho!

06 Mar 2015   |   comentários

A alegação da fábrica da Ford em São Bernardo é que a queda nas vendas gera uma necessidade de adequação na produção. Porém os trabalhadores tem exemplos em outras montadoras para barrar este ataque

Sim o ano começou! A primeira sexta feira depois do carnaval foi muito movimentada para o setor automotivo, cerca de 420 trabalhadores da Ford de São Bernardo do Campo foram afastados por tempo indeterminado, numa espécie de banco de horas negativo. Nessa mesma sexta feira, a Volks de Taubaté informou o fim do terceiro turno e o afastamento de 220 trabalhadores com férias coletivas e na GM de São José dos Campos, os trabalhadores decretaram greve contra a demissão de 800 trabalhadores.

A alegação da fábrica da Ford em São Bernardo é que a queda nas vendas gera uma necessidade de adequação na produção, por hora são produzidos 17 caminhões e 55 automóveis. Com a adequação na produção a direção da empresa pretende é passar a produzir 14 caminhões e 44 automóveis por hora. No mês de janeiro houve redução de 3,7% nas vendas de caminhões e de 15,3% de veículos de passeio, em comparação com o mesmo período em 2014.

Como no caso dos trabalhadores da Volks, que frente a ameaça de demissões, protagonizaram uma greve de 11 dias que terminou derrotando o plano da direção da fábrica de descontar nos trabalhadores os primeiros sinais de redução de seus lucros, na Ford os trabalhadores podem ter a chance de se somar a luta que também travaram os operários da GM e garantir a manutenção de seus postos de trabalho.

Por enquanto o sindicato dos metalúrgicos do ABC pouco se pronunciou, nenhuma assembleia foi agendada, nem negociação por parte da direção. Isso só faz aumentar a insegurança dos trabalhadores , pois no mesmo período da greve na Volks foram realizadas demissões na Mercedes – cerca de 240 trabalhadores – e atualmente o sindicato não faz mais nenhum comentário ou ação para reverter essas demissões, limita-se a dizer que estão negociando com a empresa. Na fábrica da Karmann Ghia os trabalhadores estão sem receber o 13 salario até hoje, além de demissões e atrasos dos salários atuais, os trabalhadores reclamam de omissão por parte do sindicato e chegaram a fazer um ato em frente a sede do sindicato dos metalúrgicos do abc no ultimo dia 12.

Somente os trabalhadores confiando em suas próprias forças podem garantir seus empregos, obrigando os sindicatos a tomar medidas duras contra qualquer ameaça de demissão. Com o avanço da crise a patronal avança em mais ataques para proteger seus lucros, por isso se alegam que tem que demitir, que abram os livros de contabilidade e mostrem os lucros que acumularam durante os últimos anos. Além disso, se alegam que tem que readequar a produção que seja diminuindo a jornada de trabalho sem redução de salário para manter todos os postos de trabalho.

Nos primeiros dias de 2015, os trabalhadores da Volks de São Bernardo mostraram que é possível reverter as demissões e os professores do Paraná atravessaram o carnaval em greve contra a precarização da educação, agora que o ano começa mesmo no Brasil os trabalhadores da Ford tem exemplos para seguir na Volks e na GM e trilhar um caminho importante, de não aceitar esses ataques de cabeças baixas, todo apoio a luta dos trabalhadores da Ford.

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