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Exclusão da filiação democrática da LER-QI: O PSTU cumprindo o papel do TSE

09 Jul 2010   |   comentários

No final do ano passado a LER-QI entrou em contato com a direção do PSTU requisitando a filiação democrática de companheiros para participação nas eleições proporcionais no estado de São Paulo. Esta proposta foi aceita pelo PSTU com uma cláusula que dizia: “não serão permitidos ataques fracionais sejam públicos ou não”. No momento, expressamos ao PSTU nosso total desacordo com essa definição, pois entendemos que uma filiação democrática entre organizações operárias distintas pressupõe completa liberdade de crítica, como é da tradição revolucionária. A direção do PSTU insistiu em mantê-la, garantindo que a completa liberdade de crítica estaria assegurada.

Recentemente a direção deste partido nos excluiu deste processo sem explicitar por escrito qual haveria sido o “ataque fracional”.Sabemos por conversa com esta mesma direção e com quadros do partido que opinam que nosso chamado a unidade em uma campanha de retirada das tropas do Haiti foi considerado fracional. Consideramos tal postura absurda, impedindo um debate franco e aberto, por escrito, entre as organizações bem como ridícula politicamente a exclusão de quem os chama a unidade em torno de uma posição que é de seu programa inclusive eleitoral. Seria um ganho para a luta política pela retirada das tropas a unidade nesta campanha.

Esses argumentos dados pelo PSTU caracterizam a cláusula acima referida como uma “cláusula mordaça”, completamente alheia às tradições revolucionárias do movimento operário.

Este posicionamento explicita uma concepção burocrática de partido e das questões democráticas como a filiação democrática, realizando o papel do TSE de impedir a LER-QI de participar das eleições. Ao invés dessa atitude, o PSTU deveria defender, como parte de sua campanha eleitoral, o fim das leis burguesas que impõem obstáculos à expressão política das organizações operárias.

Para os revolucionários a questão democrática de abrir sua legenda a setores operários e revolucionários frente aos limites impostos pela legislação burguesa é um princípio e não é algo condicionável aos níveis de acordo entre as partes (e em nenhum momento isso deve se dar à revelia da continuidade da discussão política entre as organizações, que envolvem necessariamente polêmicas). Ou as questões democráticas são questões de princípio ou são táticas circunstanciais. Este partido já abriu suas fileiras a Lindberg Farias (prefeito de Nova Iguaçu, hoje candidato a senador no Rio pelo PT) e não condiciona os ataques que propele ao PSOL a seus acordos eleitorais com o mesmo, impediu lutadores reconhecidos como Mara e Pablito, importante dirigente operário da USP, a disputarem a eleição.

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