Quinta 18 de Abril de 2024

Juventude

UNESP - MARÍLIA

Estudantes de Ciências Sociais: lado a lado dos trabalhadores na greve

24 May 2010   |   comentários

Na noite de 20 de maio os estudantes de Ciências Sociais da UNESP de Marília, se reuniram em Assembléia de curso deliberaram por GREVE. Os principais pontos da extensa pauta de reivindicações é o apoio a greve dos trabalhadores da USP, UNESP e UNICAMP, e a luta contra a terceirização do restaurante universitário.
Na greve geral dos estudantes de Marília em 2009, conquistamos a abertura do RU a noite, e a promessa pública da reitoria e da direção foi que até 2010 seria concretizada a abertura do RU a noite.
No entanto, no primeiro dia de aula, num ato da contra calourada organizado pelo Centro Acadêmico de Ciências Sociais junto aos estudantes a diretora negou a promessa, deixando bem claro o caráter antidemocrático da universidade, em que seus gestores se quer se preocupam e cumprir seus acordos com os estudantes. Da mesma forma o governo e a reitoria se colocaram contra os trabalhadores, concedendo em fevereiro um reajuste de 5,98% somente aos professores, quebrando com a histórica isonomia salarial entre ambas as categorias.
Sabendo que os estudantes não se calariam frente a estes ataques, a reitoria lançou a provocação de terceirizar o RU a noite, ou seja, para transformar uma vitória dos estudantes num ataque aos trabalhadores. No dia 29 de abril organizamos uma importante paralisação em apoio aos trabalhadores que já sinalizavam sua forte mobilização contra a quebra da isonomia salarial e contra a terceirização do Restaurante Universitário que não vamos aceitar. Saímos em ato pelo campus e protocolamos o pedido de negociação com a direção, exigindo uma Congregação aberta para toda comunidade universitária se expressar contra a terceirização do RU e sobre a extensa pauta estudantil e as reivindicações dos trabalhadores, mas não obtivemos ao menos um retorno. No dia 19 de maio, organizamos mais uma paralisação com os mesmos eixos, e mais uma vez não tivemos nenhum retorno. No dia 20 a tarde alguns estudantes da CS se reuniram junto aos estudantes das áreas ligadas à saúde e a ciências da informação, assim como estudantes da pedagogia, filosofia e de RI para exigirmos a abertura da Congregação que iria votar a terceirização e o ensino a distância de Biblioteconomia. Depois dos professores nos enrolarem na porta por mais de 3 horas, decidimos votar ali pela entrada na Congregação, e todos os professores, com exceção de dois da pedagogia se recusaram a falar com os estudantes e se retiraram do plenário, a diretora que teve a mesma postura ainda saiu dizendo que não havia nada para falar com os estudantes.
Com isso entendemos que as portas do diálogo não se abriram por estes meios, por isso a única alternativa foi que nós estudantes radicalizássemos nossa atuação para nos fazermos ouvir e que juntos com os trabalhadores possamos impedir os ataques que recebemos. Por isso, chamamos todos os estudantes para discutirem em suas Assembléias o melhor meio de mobilização para atingirmos nossas demandas, por uma educação pública, gratuita de qualidade a serviço da maioria da população.

CONTRA A TERCEIRIZAÇÃO DO RU!!!

A terceirização é uma estratégia que assume um importante papel no mundo capitalista globalizado a partir da década de 70, através da reestruturação produtiva (toyotismo). A terceirização é produto da sede por lucro de empresas que querem aprofundar a exploração sobre os trabalhadores, fazendo com que trabalhem mais, por menores salários e sem a responsabilidade de garantir os direitos trabalhistas. Ela permite que hajam empresas especializadas em contratar pessoas temporariamente, ganhando salários vertiginosamente mais baixos que os de um trabalhador vinculado diretamente à empresa que se beneficia do serviço. É isso que hoje acontece na universidade, com trabalhadores da limpeza, do xérox, das fundações, até mesmo dos estagiários que suprem a falta no quadro de funcionários efetivos... e agora é o que querem fazer também com o RU a noite.
Esses trabalhadores, além de terem salários de fome e estarem sujeitos a condições de trabalho muito piores, jornadas mais extensas, maior sobrecarga de trabalho, maior incidência de assédio moral, não têm nenhum direito garantido, seja trabalhista, seja a liberdade para se organizarem.
Não devemos esquecer que desde o inicio o RU foi planejado pela direção para ser terceirizado, mas em 2006, os estudantes desta faculdade levantaram uma importante campanha pelo RU público. Fomos vitoriosos ao impor para a direção e a reitoria o RU público, agora precisamos mais uma vez mobilizar todos os estudantes para garantirmos nossas conquistas e impedirmos mais uma vez que arranquem nossas conquistas.
Não podemos nos colocar ao lado dos exploradores e permitir que este ataque as condições de trabalho na universidade se concretize. Queremos condições dignas de estudo e permanência na universidade, mas também de trabalho aos que estão do nosso lado.

POR ISSO CHAMAMOS AOS ESTUDANTES PARA POR EM PÉ UMA FORTE CAMPANHA CONTRA A TERCEIRIZAÇÃO E A PRECARIZAÇÃO DO TRABALHO!!!
PELA INCORPORAÇÃO IMEDIATA DOS TERCEIRIZADOS SEM CONCURSO PÚBLICO!!!
IGUAL TRABALHO, IGUAL SALÁRIO!!!
TODOS A CONGREGAÇÃO ABERTA DIA 28/05, ÀS 14H30!!!

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