Quinta 28 de Março de 2024

Movimento Operário

Entrevista com Pablo Villalba, trabalhador ferroviário terceirizado demitido de "Roca", presente no momento do conflito

23 Oct 2010   |   comentários

Você, que esteve na tentativa de corte das vias, nos conte como foi a jornada.

Havíamos resolvido fazer um corte de vias para reivindicar a reincorporação dos demitidos terceirizados do Roca, questão que nos é negada há dois meses. Quando chegamos ao local, nos encontramos com a polícia bonaerense que havia montado um operativo para que não subíssemos. Além disso, havia nas calçadas uma gangue da burocracia de Pedraza.

Oque vocês fizeram?

Diante desta situação, resolvemos marchar pela rua na calçada. E quando vimos a oportunidade, um grupo de companheiros subiu nas vias. Mas tivemos que nos retirar por que era difícil subir, já que era muito íngreme, e a gangue da burocracia aproveitava para nos atacar com uma chuva de pedras. O que provocou que os trabalhadores ferroviários e as organizações decidiram se retirar do local e convocar uma nova reunião dos terceirizados e das organizações para outro dia.

Oque passou em seguida?

Quase uma hora depois de termos desconcentrado, aconteceram os fatos que são de público conhecimento. Segundo relatam alguns dos companheiros presentes, a gangue dirigida por Pablo Díaz (dirigente da Roca), com a cumplicidade da polícia, atacou selvagemente a tiros os companheiros, longe dos trilhos da ferrovia. Foi aí que caiu morto Mariano Ferreyra e feridos gravemente os outros dois.

Oque vocês resolveram?

Nem bem tomamos conhecimento deste ataque, chamamos todos a nos mobilizarmos nas avenidas Callao e Corrientes para repudiar o ataque. Fizemos uma reunião em que discutimos os passos a seguir e depois fomos até a Praça Constituición.

Não podemos deixar este crime impune. Temos que nos mobilizar até prender os culpados materiais e ideológicos. Chamamos a todas as organizações a que nos acompanhem nesta luta que inclui nossa reincorporação e de todos os terceirizados e expulsar a gangue. Sabemos que não é uma tarefa fácil, já que a burocracia sindical tem o apoio do governo e das patronais, como vimos também da polícia.

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