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Juventude

CRISE DA UERJ

Em meio a falta de pagamentos e crise da UERJ reitoria chama conselho escondido

29 Jan 2015   |   comentários

Em meio à crise da UERJ, com falta de salários, atraso de bolsas, reitor convoca Conselho Universitário às escondidas.

Por meio de conversa de corredor os estudantes ficaram sabendo que haveria um conselho universitário nesta sexta-feira, último dia de aula. Nenhuma divulgação, chamado a debater, em meio a profunda crise que abate à universidade.

A UERJ está em crise, faltam salários aos terceirizados, faltaram bolsas aos médicos residentes, bolsas aos estudantes bolsistas, vencimentos de professores contratados estão vencidos, estudantes ficam confinados em verdadeiras “saunas de aula”. Tudo isto deveria ser tema de uma discussão do mais alto órgão da UERJ, seu Conselho Universitário. No entanto, não é isto que o reitor da UERJ, Vieiralves tem em mente. Seu plano para um Conselho Universitário, convocado às pressas, sem divulgação é discutir somente o calendário universitário.

O Reitor Vieiralves está acostumado a definir muitas coisas da UERJ conforme sua cabeça e os negócios políticos de como usar a universidade. Isto ficou claro durante a Copa do Mundo e na Copa das Confederações. O reitor determina o que é feito com a universidade, quando ela abre, quando ela fecha. A pesquisa, o ensino, a extensão e sua continuidade pouca importam. O que mais importa é usa-la de estacionamento do Maracanã e posto de transmissão para as TVs. Para isto não há o menor diálogo com estudantes, funcionários e professores.

Boa parte das decisões são tomadas via decretos, conhecidos como AEDAs. O calendário da UERJ é uma das áreas mais sujeitas aos mandos e desmandos do reitor, que chega a corta luz da universidade em ocasiões, principalmente quando há manifestações, como ele fez na manifestação estudantil em apoio aos terceirizados no final de dezembro passado.

Este Conselho Universitário às escondidas, sem divulgação, já havia sido marcado e desmarcado pelo mesmo reitor e reflete o desmando na universidade. Uma universidade sob as marcas dos cortes de orçamento ditados pelo governador Pezão. As novas necessidades de atacar a educação e os trabalhadores estão fazendo a UERJ se tornar mais autoritária do que já era. Hoje, dia 29, reunia-se um conselho de ensino, pesquisa e extensão - CSEPE - que sempre costuma ser aberto a qualquer pessoa. Em meio a crise não. Vários seguranças impediam a presença de estudantes ou qualquer membro da comunidade universitária que não fosse conselheiro.

O Conselho Universitario às escondidas é parte desta crise e a resposta autoritária de Vieiralves. É também uma tentativa da parte dele de conseguir se legitimar junto a alguns setores da cúpula universitária, apoiando-se nos aliados que tem no CONSUN. Ao mesmo tempo, com um prazo dado de dois dias este CONSUN é um golpe do REItor para que os três setores da Universidade não compareçam e dessa forma não sejam ouvidos, mas que suas decisões não sejam novamente “decretos”, mas decisões supostamente democráticas.

Vieiralves quer se legitimar mas morre de medo que os estudantes vão ao CONSUN tirar satisfação das bolsas que atrasaram e só foram pagas na última sexta-feira (23), e que segundo a própria REItoria, devem atrasar novamente mês que vem. Vieiralves é responsável pelo atraso das bolsas, porque é cúmplice de Pezão que está cortando tanto as bolsas quanto os salários, com isso querendo que nós estudantes, os professores e os trabalhadores paguemos a crise que eles mesmos criaram.

O Conselho de CAs convocado para esta quinta-feira (29) tem a tarefa de mobilizar os estudantes para estarem presentes no CONSUN, nesta sexta-feira às 10horas no 7o andar do Campus Maracanã da UERJ e levarmos em alto e bom som nossa luta contra o atraso das bolsas, pelo imediato pagamento dos salários dos terceirizados e pela abertura do livro de contas da universidade.

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