Quarta 24 de Abril de 2024

Juventude

Nas universidades...

Em defesa do marxismo

20 Sep 2007   |   comentários

A ofensiva ideológica dos 90 diminuiu os já poucos e débeis nichos marxistas sobreviventes ao expurgo da caça às bruxas na ditadura. Quanto mais se aprofunda o modelo educacional em que a produção de conhecimento serve aos interesses capitalistas, menos terreno há às teorias que querem pór fim à exploração do homem pelo homem.

O marxismo acabou restrito a poucas instituições de humanidades e, ainda nestes, descolado da luta de classes, cético ao proletariado e à revolução. Um marxismo cada vez menos... marxista. Em São Paulo, onde se concentra o ensino superior e a produção de conhecimento do país, a teoria marxista está praticamente reduzida à Fundação Santo André, ao CEMARX do IFCH/UNICAMP e a UNESP Marília. E ainda são recorrentemente atacados pelos governos e suas burocracias acadêmicas, como o CEMARX no início do ano ou em Marília a ameaça do MEC e da Reitoria em não reconhecer o curso de Ciências Sociais devido a sua grade.

É lamentável a situação da esquerda universitária que desconsidera a discussão das grades curriculares no movimento estudantil. Esta deveria ser uma questão chave para todas as organizações que reivindicam o marxismo. Nós da LER-QI, junto aos companheiros do Movimento A Plenos Pulmões, pretendemos travar uma batalha em todos os cursos contra a reacionária estrutura de poder para construir um pólo de hegemonia proletária para difusão de conhecimento a serviço dos trabalhadores e de suas lutas que passa invariavelmente pelo estudo do marxismo revolucionário.

Há algum tempo lançamos iniciativas como o Curso Livre da História do Movimento Operário no Brasil na USP e o Núcleo Leon Trotsky na PUC. Agora, queremos irradiar essas experiências, dando um pequeno aporte para formar estudantes que compreendam o marxismo revolucionário em toda a sua riqueza teórica e como guia de ação revolucionária. Nesse espírito lançamos junto a independentes os Núcleos Leon Trotsky na UNICAMP, USP e nos campi de Franca, Araraquara e Marília na UNESP, como parte de uma campanha pelos 90 Anos da Revolução Russa que terá seu auge na Semana de História da PUC.

E não pretendemos restringir às humanidades, assim impulsionaremos cursos sobre a História da Revolução Russa também nos cursos de Biologia da UNESP de Rio Claro e Botucatu, como iniciativa dos militantes dessas unidades d`A Plenos Pulmões, independentes e de seus centros acadêmicos.

Estes são os primeiros aportes que podemos contribuir com nossas forças na luta por resgatar o marxismo e as tradições revolucionárias do início do século XX. Por isso, saudamos outras iniciativas, mesmo que com suas limitações, como o I Colóquio Marx e os Marxismos na USP, o Seminário Internacional de Gramsci e a Jornada da Educação Marx, Gramsci e Vigotsky na UNESP, e nos colocamos a tarefa de difundir e propagandear outros que estão por vir como o Colóquio Marx e Engels na UNICAMP.

Del é estudante de Ciências Sociais da UNESP Marília

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