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Juventude

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Eleições do DCE UFRJ: Transformar os votos da esquerda em militância por um programa de real democratização da universidade

09 Jul 2010   |   comentários

Ocorreu na última semana a eleição para o DCE da UFRJ. Mesmo em meio a popularidade de Lula e a um crescimento tanto do governo (UJS e PT, Chapa 1) como da direita (PSDB, Chapa 5) a esquerda conseguiu uma importante vitória nesta universidade. A chapa 2 composta pelo PSTU, PSOL e independentes obteve 2555 votos, seguida da chapa 1 com 1851 e da chapa 4, que fizemos parte, com 1020. Este resultado é um desafio e uma oportunidade para transformar em força militante estes votos, para uma efetiva transformação de uma universidade elitista e racista que temos, e avance em uma alternativa de real democratização da universidade. Para isto queremos debater com os limites expressos em todo o processo eleitoral que, antes de mais nada, ocorreu de forma apressada, no fim do semestre e em meio a uma grande passividade que paira na universidade. Deste modo perdeu-se uma grande oportunidade de utilização deste espaço para politização, discutindo para além das questões corporativas e estudantis, os reais problemas pelos quais passam a universidade, a sociedade e os diferentes projetos. Apesar deste curto período eleitoral, não se priorizou os debates entre as chapas e projetos, e a verdade é que as eleições passaram ao largo do conjunto dos estudantes, como se expressou no baixo quorum.

A vitória contra o governo conquistada pela chapa 2 é uma vitória da crítica ao REUNI, porém com um programa mínimo, reduzido a cantar vitória da ultima gestão, e uma critica genérica do REUNI que não permitirá armar concretamente os estudantes para desafios superiores, como ligar-se aos trabalhadores e conseguir o apoio da população para uma efetiva democratização da universidade, através da luta pelo fim do vestibular, deixando o terreno da “democratização” nas mãos do projeto precarizante do governo Lula.

Nós do Movimento A Plenos Pulmões, juntamente com o Movimento quem Vem Com Tudo Não Cansa e estudantes do alojamento formamos a chapa 4. Defendemos a necessidade de lutar contra o crescimento do governo e da direita com um programa que defenda a necessidade da aliança operário-estudantil, a luta contra a terceirização e incorporação dos trabalhadores terceirizados à universidade, e contraponha o Reuni com um real programa de democratização da universidade, lutando por cotas sociais e raciais no marco de denunciar o caráter racista e elitista da universidade como medida para que negros e pobres possam ingressar em universidades públicas como parte da luta pelo o fim do vestibular e luta efetiva pela assistência estudantil. Desde o inicio procuramos unificar a esquerda, mas, frente à negativa da chapa 2 de desenvolver um balanço crítico das suas ultimas gestões, superando sua paralisia e levando a frente esse programa de forma militante e não apenas no papel, tivemos que sair separados.

Chamamos a todos os estudantes que votaram na chapa 4 para nos juntarmos na luta cotidiana pela a realização do nosso programa. Chamamos os companheiros da chapa 2 a transformarem a confiança que numerosos estudantes depositam neles em iniciativa militante para a organização desde a base para barrarmos os ataques do governo e reitoria.

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