Quinta 28 de Março de 2024

Gênero e Sexualidade

Eduardo Cunha e a Câmara dos Bons costumes da Ditadura

13 Feb 2015 | Eduardo Cunha (PMDB) depois das desprezíveis declarações contrarias ao direito ao aborto, passando por cima dos cadáveres de milhares de mulheres vítimas do aborto clandestino, busca recuperar os ataques como a "Bolsa Estupro" não implementados por seu grande amigo Feliciano frente às maiores mobilizações dos últimos 20 anos em Junho de 2013.   |   comentários

Ameaçado pelas investigações do Lava Jato não perde tempo para atacar os LGBT que conquistaram ano passado o reconhecimento da união estável, aprovando uma comissão especial para acelerar a tramitação de um projeto que reconhecerá família apenas por casais heterossexuais, que significará a impossibilidade de adoção por casais homoafetivos. O famoso e reacionário "Estatuto da (...)

Demonstrando o seu verdadeiro trabalho: caçar os direitos LGBT que desafiam a tradicional e reacionária ideologia dominante. Cunha vem marcar seu nome recuperando os falidos e inacreditáveis projetos como o Dia Nacional do Orgulho Heterossexual e a Criminalização da "Heterofobia" enquanto segue sistematicamente passando por cima também dos cadáveres de Kaique, João Donati, Geia Borghi negando a existência de homofobia e transfobia no Brasil.

Ameaçado pelas investigações do Lava Jato não perde tempo para atacar os LGBT que conquistaram ano passado o reconhecimento da união estável, aprovando uma comissão especial para acelerar a tramitação de um projeto que reconhecerá família apenas por casais heterossexuais, que significará a impossibilidade de adoção por casais homoafetivos. O famoso e reacionário "Estatuto da Família".

Uma verdadeira prova dos limites das concessões do governo Petista frente às demandas dos setores oprimidos, que seguem localizadas em políticas públicas tão frágeis e suscetíveis a essas reversões, pois não foram verdadeiros enfrentamentos com os setores mais conservadores para que se mudasse a Constituição garantindo assim o casamento igualitário e as tão exigidas aprovações de lei como João Nery (pelo reconhecimento das identidades de gênero trans) e a promessa de Campanha de Dilma: a Criminalização da homofobia.

Eduardo Cunha, pai de Feliciano?

Também Evangélico, Eduardo Cunha é o autor do retrógrado projeto que ficou conhecido como "Cura Gay" defendido por Feliciano em 2013 e barrado pelo amplo rechaço que invadiu as principais cidades do país com as gigantescas manifestações de Junho. Com aquela Comissão de Diretos Humanos, quem precisava de "delegacias de bons costumes"?

Ainda não se sabe quem assumirá a Comissão de Direitos Humanos, mas uma coisa está certa: os movimentos sociais não poderão aguardar desorganizados frente a esses ataques. É preciso que os sindicatos e as entidades estudantis desde já tomem em suas mãos estas bandeiras para organizar o conjunto dos trabalhadores e o movimento estudantil para passar por cima de Eduardo Cunha, Dilma e os demais representantes dessa democracia dos ricos que se baseia na moral burguesa conservadora hipocritamente contrária ao direto ao aborto e o casamento igualitário.

Pela separação da Igreja do Estado

Apoiado na moral e nos bons costumes da Ditadura, a Câmara de Eduardo Cunha remonta a "delegacia de costumes" que advertia os "invertidos" e a sexualidade não hegemônica proibindo todo comportamento subversivo contrário a heteronornatividade e a cisnormatividade como denuncia o recente livro "Ditadura e Homossexualidade". Mais uma expressão de que o "Estado Laico" não passa da mesma falácia da democracia (dos ricos) que vivemos. É sob o regime dos ricos, patrões e essa casta de políticos corruptos que se sustenta a opressão estrutural do machismo, racismo e da homofobia e transfobia. Por isso urge a necessidade de tomar com força a luta pela separação da igreja do Estado! Por educação sexual nas escolas para prevenção de doenças sexualmente transmissíveis, de gravidez e formação da liberdade sexual combatendo as visões deterministas biológicas e heteronornativas. Fim dos acordos Brasil-Vaticano e Não a bancada Evangélica. A única forma de defender verdadeiramente a liberdade religiosa, respeitando principalmente as religiões e crenças do povo negro que segue criminalizada e os diretos elementares das mulheres e dos LGBT.

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