Sexta 29 de Março de 2024

Internacional

“É um dever da classe operária brasileira apoiar a organização de nossos irmãos haitianos”

02 Feb 2015   |   comentários

No último domingo dia 01/02, no Auditório da APEOESP, foi lançada a União Social dos Imigrantes Haitianos (USIH) no Brasil. Com o apoio da CSP-Conlutas, mais de 50 imigrantes haitianos, em sua maioria trabalhadores, deram um grande passo de organização na luta pelos seus direitos e contra as condições de vida miseráveis a que são submetidos tanto no Brasil quanto no (...)

No último domingo, dia 01/02, no Auditório da APEOESP, foi lançada a União Social dos Imigrantes Haitianos (USIH) no Brasil. Com o apoio da CSP-Conlutas, mais de 50 imigrantes haitianos, em sua maioria trabalhadores, deram um grande passo de organização na luta pelos seus direitos e contra as condições de vida miserável a que são submetidos tanto no Brasil quanto no Haiti. Marcello Pablito Santos, diretor do Sindicato dos Trabalhadores da USP e responsável pela Secretaria de Políticas Anti-Racistas do Sintusp esteve presente para levar solidariedade e apoiar ativamente esta iniciativa.

Segundo Pablito, “Foi emocionante ver o surgimento desta associação, pois significa um passo a frente na luta contra a opressão que vive o povo haitiano. A classe operária brasileira tem o dever de apoiar a organização de nossos irmãos haitianos, mas também tem o dever de continuar levantando com muita força a luta pela retirada imediata das tropas de Minustah, lideradas pelo Brasil, do Haiti. É uma tarefa de internacionalismo proletário de primeira ordem”.

Pablito também denunciou o governo, dizendo que o governo brasileiro além de cumprir o vergonhoso papel de liderar as tropas no Haiti também está dificultando a situação dos haitianos no nosso país. "Podemos ouvir vários relatos destes trabalhadores, contando como já passaram por diversos estados sem dinheiro, em condição ilegal, submetidos às piores condições de vida e trabalho, em sua maioria trabalhando na construção civil ou em postos terceirizados. Muitos ficaram alojados em barracas ou igrejas. Não podemos aceitar isso.”

O professor da Faculdade de Direito da USP, Jorge Luiz Souto Maior, também esteve presente, além de outras entidades ligadas à CSP-Conlutas. Uma das iniciativas de Souto Maior, junto com o grupo de estudos sobre relações trabalhistas, será a publicação de uma cartilha com os direitos dos haitianos escrita em sua língua, o criolo.

Pablito finalizou dizendo que “os haitianos protagonizaram a primeira revolução escrava e negra do continente americano e por isso são exemplo para a população negra e oprimida de todo o mundo. A partir das entidades, e também a partir da Secretaria de Políticas Anti-Racistas do Sintusp, devemos dar todo o apoio para o fortalecimento da USIH, retomando a mais ampla solidariedade entre trabalhadores nativos e imigrantes, partes de uma mesma classe, pois a classe operária é internacional e sem fronteiras”.

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