Movimento secundarista
É preciso revolucionar os grêmios
10 Oct 2004
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Por: Adriana Midorikawa
É cada vez mais importante para os estudantes secundaristas se organizarem politicamente em suas escolas. O grêmio, em grande parte das vezes, não existe ou é passivo em relação às decisões tomadas pela diretoria que barra a iniciativa política dos estudantes. Por ser uma das principais ferramentas dos estudantes, estes devem fazer do grêmio um organismo ativo politicamente que se coloque de fato a serviço das principais demandas estudantis e dos trabalhadores.
O grêmio, antes de tudo, é uma entidade de organização dos alunos dentro e fora do colégio. É necessário fazer com que ele seja reconhecido como tal e funcione democraticamente para potencializar a força estudantil nas suas lutas e a partir da sua mobilização, protagonizar as lutas junto com outros setores da população explorada. O movimento estudantil secundarista organizado com grêmios militantes, anticapitalistas, antiburocráticos e pró-trabalhadores, pode e deve cumprir um papel fundamental na luta pelas demandas dos estudantes e da população explorada e oprimida.
Como organismo político dos alunos, o grêmio deve atuar externamente nas lutas dos trabalhadores e nas lutas estudantis de conjunto. Atualmente, o principal ataque do governo Lula à juventude é a Reforma Universitária que obedece as demandas do Banco Mundial, privatizando o ensino público já precário. Parte dos universitários está se organizando contra esse ataque e para fortalecer essa resistência, os secundaristas devem unificar-se com os universitários, potencializando assim, as suas forças. A luta contra a reforma universitária precisa se unificar com a importante luta pelo passe-livre e pela redução das tarifas de ónibus, resistindo à repressão da polícia - que claramente defende os interesses da burguesia - e conseguiram barrar o aumento das tarifas.
As questões internas da escola são importantíssimas, como a falta de professores e a precariedade das salas de aula. É necessário partir dessas reivindicações mais imediatas, sabendo que para conquistá-las, teremos que nos enfrentar com os tubarões do ensino e com os governos que os defendem. Mas a nossa luta não pode se limitar a essas demandas enquanto os filhos da classe trabalhadora não tiverem acesso a um ensino de qualidade, por isso, temos que lutar pela estatização de todas as escolas privadas sob controle dos estudantes, funcionários e professores. Esses são os únicos que podem garantir que o ensino esteja voltado aos interesses da comunidade e não dos lucros dos donos das escolas que constroem escolas que são verdadeiras empresas capitalistas.
Portanto, os grêmios devem ser um instrumento que possa potencializar a combatividade dos estudantes nas suas lutas. A defesa das reivindicações do movimento estudantil e dos trabalhadores, que vão contra a exploração e opressão do capitalismo, devem ser tomadas pelos grêmios como sua principal bandeira.
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