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É preciso derrubar a estrutura de poder da USP!

17 Oct 2014   |   comentários

Ao longo da greve, os trabalhadores e estudantes da USP puderam fazer uma experiência que deixou ainda mais claro o caráter do regime universitário, e como seus órgãos de poder são inimigos da universidade.

Ao longo da greve, os trabalhadores e estudantes da USP puderam fazer uma experiência que deixou ainda mais claro o caráter do regime universitário, e como seus órgãos de poder são inimigos da universidade.

Ganhou muita força a luta pelo “Fora Zago!”, conforme ficou claro que ele é um inimigo da universidade. Mas o que queremos em seu lugar? O vice, que está ao seu lado? Algum outro reitorável, ou membro da burocracia universitária que o apoia? Não!

Também fica cada vez mais claro que não se trata de um problema de “competência” para administrar, nem de vontade individual, mas de um plano do governo apoiado por toda a burocracia. Toda a estrutura de poder da USP, da reitoria e do Conselho Universitário, até a hierarquia nos locais de trabalho, foi criada pela ditadura militar, permanece quase intocada, e serve para manter esta ordem.

Com a votação da desvinculação do HRAC e do PDV, também ficou claro, mais uma vez, que o conselho universitário é completamente controlado e submisso ao reitor, e formado por uma casta que defende seus próprios interesses, não os da universidade. Segundo denúncia da ADUSP, um terço dos professores do C.O. é proprietário ou dirigente de fundações privadas ou empresas terceirizadas que lucram na USP. Ao mesmo tempo, o próprio “reitorado” é um cargo que concentra quase todo o poder na universidade e não deveria existir.

Abaixo a "autorreforma" do regime pelo C.O. da USP!

A insatisfação com o regime gera instabilidade, que ameaça os interesses da burocracia universitária. Por isso falam em “democratização”: o que querem é mudar alguns detalhes pra garantir que o que importa fique como está.

Pra dar uma “cara mais democrática” a essa falsa democratização do C.O., colocaram trabalhadores e estudantes em uma “Comissão Assessora Especial do Conselho Universitário” (CAECO). É uma armadilha, pra criar ilusão de que o C.O. pode democratizar a USP, e de que os trabalhadores e estudantes estão tendo voz, quando temos 3 representantes de trabalhadores e cerca de 10 estudantes, entre cerca de 120 burocratas! Não devemos legitimar de forma nenhuma essa autorreforma do regime! Por isso defendemos que os representantes dos trabalhadores e estudantes no C.O. se retirem da CAECO! Podemos continuar acompanhando e intervindo nos debates e estaremos no C.O. para denunciar o que estão fazendo, mas a CAECO ficará sem estudantes e trabalhadores, mostrando sua falta de legitimidade, e que essa não é a democratização que queremos, e sim desde o início uma manobra da reitoria com seus aliados!

Por uma Assembleia Estatuinte Livre e Soberana!

A única resposta para a democratização real da universidade é que estudantes, trabalhadores e professores a tomem nas próprias mãos. Para isso, é preciso lutar para dissolver o C.O., o cargo de reitor, e toda essa estrutura de poder, e construir, através da própria mobilização, uma Assembleia Estatuinte Livre e Soberana, ou seja, um espaço onde estudantes, trabalhadores e professores possam debater e decidir. A greve deu sinais da força da nossa organização e de como podemos controlar a universidade. A Estatuinte é a forma de impor, através da mobilização, essa mesma democracia que exercemos na greve, com estudantes, trabalhadores e professores discutindo, votando e decidindo, com total liberdade e poder de deliberação, sobre os objetivos da universidade, seu papel, o acesso a ela, e todos os demais temas fundamentais de seu funcionamento.

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