Sábado 20 de Abril de 2024

Nacional

TODO APOIO AO ATO E CAMPANHA CONTRA A REPRESSÃO NA PUC-SP

É o momento de impulsionar uma campanha nacional contra a repressão de ontem e hoje

22 Mar 2008   |   comentários

Por trás de discursos demagógicos do governo Lula e de migalhas para a setores da população, o que se tenta esconder é que estamos diante de uma enorme violência policial dirigida pelos governos federal, estaduais e municipais contra a população, em sua maioria aos trabalhadores, negros e pobres. Essa é uma forma de disciplinamento social porque não é possível conter a miséria social apenas com bolsa família.

Recentemente, até mesmo um relatório apresentado pelo Departamento de Estado norte-americano sobre a situação dos direitos humanos no Brasil apontou que os dados oficiais não atestam assassinatos cometidos pelo governo ou seus agentes por motivação política, mas que “as mortes ilegais pela ação da polícia nos Estados foram generalizadas” .

Para comprovar este apontamento, basta lembrar da indignação das mães das favelas de Salvador, que cansadas de terem seus filhos assassinados pela polícia comandada pelo governador petista Jaques Wagner ’ que no quesito repressão segue à risca a tradição de ACM ’ se organizaram e realizaram atos contra a violência policial. No ano passado, as operações da Força Nacional no Complexo do Alemão, no Rio de Janeiro, deixaram um saldo oficial de 42 mortos, grande parte com sinais de execução.

Mas não é somente essa política repressiva à massa pobre e negra do país, que tem sido uma marca no último período, que tem ocorrido. Todos aqueles que se colocam em luta contra a miséria e os ataques que tem sido descarregados nas costas dos trabalhadores e do povo vêm sendo vítimas de constante repressão política, numa tentativa de criminalização dos setores mais combativos dos movimentos sociais. Recentemente vimos como as mulheres do movimento Via Campesina foram duramente reprimidas no Rio Grande do Sul, deixando um saldo de quase 70 pessoas feridas, a maioria de mulheres e crianças.

Desde o ano passado aumentou também a repressão ao movimento estudantil, na tentativa de disciplinar os milhares de estudantes que protagonizaram no ano passado uma série de mobilizações, ocupações e greves contra as políticas de desmonte e elitização do ensino superior. As burocracias acadêmicas, os agentes diretos dos planos de ataque da burguesia e seus governos, depois de mandar a tropa de choque invadir as universidades em todo o país, vêm perseguindo e punindo os que lutaram, abriram diversos processos de “sindicância” , e até mesmo processos na justiça comum como é o caso de 6 estudantes da Física da USP, 3 da PUC e 3 da Unesp de Araraquara que já foram condenados (em primeira instância) a 2 anos de prisão ou 10 mil reais de multa!

Qualquer funcionário ou professor que se coloca contra os ataques à universidade também é reprimido duramente. É o caso, por exemplo, de diversos funcionários da USP e do Sindicato dos Trabalhadores da USP (SINTUSP), assim como da Associação de Professores da PUC (APROPUC), um dos alvos da famigerada reitora Maura Véras.

Para não falar do ataque ao direito de greve, que em São Paulo teve sua expressão mais aguda com a demissão de 61 metroviários, multas contra os sindicatos e tentativas de intimidação aos trabalhadores com processos criminais.

Às vésperas do aniversário de 44 anos do golpe militar, que mergulhou o país numa ditadura que acabou com os direitos democráticos, torturou e matou, vemos hoje uma retomada de certas ações e discursos que fazem lembrar esse período sombrio da história nacional. Não só pelo fato de que a reitora Maura Véras da PUC prestou uma triste homenagem à Erasmo Dias depois de 30 anos. Um dos motivos que faz com que isso possa ocorrer é porque a maioria dos principais agentes do regime ditatorial e das forças de repressão seguem vivos e influentes no cenário nacional. Por isso, buscamos ligar a luta contra a repressão de hoje à luta pela punição exemplar dos ditadores desse país, os diversos “Erasmos Dias” e “Romeus Tumas” , só para citar que alguns notórios agentes da ditadura.

Frente a esta situação, nós, da LER-QI aderimos à proposta dos companheiros da PUC e chamamos a impulsionar com todas as forças esse ato. Nosso objetivo é que esse seja um marco para coordenar a luta contra a repressão que vem sendo impulsionada de maneira isolada e parcial em cada lugar, apontando o caminho da unificação para combater nossos inimigos comuns.

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