Sábado 20 de Abril de 2024

Internacional

CORÉIA DO SUL

Duros combates dos operários das automotrizes

11 Aug 2009   |   comentários

Na madrugada de 4/08 ocorreu uma brutal repressão, que durou até a tarde, contra os trabalhadores, quando 2.500 policiais invadiram a fábrica ocupada pelos operários. As forças especiais usaram escadas giratórias para alcançar o teto onde estavam guardas de trabalhadores para controlar a ocupação, e enviaram três helicópteros para reforçar o ataque policial.
A polícia conseguiu desmontar as barricadas nas portas da fábrica, a 5 metros do departamento de pintura (o núcleo da ocupação). Os trabalhadores se defenderam numa luta corpo-a-corpo e com coquetéis molotov.
A brutal ofensiva conseguiu prender os trabalhadores na fábrica de pintura. Esta fábrica ’ o único setor que permanece ocupado por 500 operários ’ parecia um campo de batalha, a seção está cercada por fogo, helicópteros e canhões de água, com o fim de isolar e desalojar o lugar. O resto foi controlado pela polícia. Vários operários ficaram feridos nos ataques e 30 deles tiveram que receber tratamento médico. Este ataque se dá após uma semana em que os operários sofreram bloqueio total, quase sem acesso à comida e água. Muitos operários feridos não puderam receber assistência médica devido ao bloqueio.
Após o anúncio da patronal de um drástico corte de um terço da força de trabalho, 1000 operários decidiram ocupar a fábrica da automotriz. Depois de dois meses e meio, a luta permanece isolada, principalmente pela política das direções sindicais que, apesar de apoiar as medidas, se negam a estender e tornar ativa a solidariedade. Até agora, cerca de 500 trabalhadores permanecem na ocupação em uma heróica resistência enfrentando métodos brutais de repressão e sob ameaça de desalojamento constante. Durante o fim de semana houve negociações com a patronal, mas não se chegou a nenhum acordo ’ porque a empresa põe como condição o abandono da fábrica. Trata-se de uma greve exemplar: se conseguir impor as demandas dos trabalhadores, abrirá um precedente diante dos próximos ataques de que é possível enfrentar os planos de aumento do desemprego. Querem disciplinar no futuro o resto dos trabalhadores das automotrizes e de outros setores.
Ao final deste artigo nos informavam que o enfrentamento cedeu um pouco e que alguns trabalhadores deixaram a ocupação. Agora, após comandar a repressão, o chefe de polícia promete “sentenças mais leves” para aqueles que se entregarem antes de 6/08. Os trabalhadores que mantém a ocupação estão dispostos a continuar lutando e se preparam para responder a futuros ataques. Nas paredes da seção de pintura, lê-se uma inscrição dos trabalhadores que resistem: “Se não querem falar conosco, lhes convém matar-nos todos!”

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