Sexta 19 de Abril de 2024

Gênero e Sexualidade

Diana Assunção: “Desmonte da USP começa pelas creches, atingindo mulheres e crianças”

28 Jan 2015   |   comentários

Nesta semana a Direção das Creches da USP soltou um comunicado anulando a matrícula de filhos de funcionários e estudantes. O argumento é de que o Plano de Incentivo à Demissão Voluntária (PIDV) teve adesão acima do previsto na Superintendência de Assistência Social (SAS).

Nesta semana a Direção das Creches da USP soltou um comunicado anulando a matrícula de filhos de funcionários e estudantes. O argumento é de que o Plano de Incentivo à Demissão Voluntária (PIDV) teve adesão acima do previsto na Superintendência de Assistência Social (SAS).

Diana Assunção, diretora do Sintusp e responsável pela Secretaria de Mulheres declarou que “Como denunciamos desde o ano passado o PIDV é um ataque ao conjunto dos trabalhadores porque elimina postos de trabalho. Portanto, o resultado dele, pra além da situação individual de cada trabalhador que aderir, é de mais precarização e sobrecarga de trabalho. O que está acontecendo nas Creches agora é apenas uma primeira expressão do desmonte da USP que não à toa começa a atingir os setores mais oprimidos, como as mulheres e as crianças”.

Para Diana, é preciso retomar a mobilização dos trabalhadores e trabalhadoras da USP, em aliança com estudantes e professores, mas também com o conjunto da população para enfrentar essa situação. “A Secretaria de Mulheres do Sintusp realizou em dezembro do último ano seu V Encontro onde já apontava a necessidade de lutar por mais vagas nas creches, incluindo vagas para trabalhadoras terceirizadas, estudantes e professoras, bem como a construção de novas creches nos campi ou unidades que ainda não tem. E, além disso, a contratação imediata de mais funcionários. Devemos lembrar que Zago além de implementar o PIDV também suspendeu as contratações de novos funcionários. A combinação destas duas medidas só pode resultar em precarização das condições de trabalho, retirada de direitos e menor qualidade dos serviços prestados para a população”.

Estes primeiros efeitos, segundo Diana, são uma mostra de como os ataques aos direitos da classe trabalhadora sempre atingem com mais fervor os setores mais oprimidos: “O Reitor realmente não está preocupado com a situação das mulheres na USP. Os cortes de trabalhadores terceirizados, que foram um dos primeiros efeitos da crise da USP, atingem em especial as mulheres já que são ampla maioria da mão de obra precária que sustenta esta universidade. Mas também vemos os efeitos no Centro de Saúde Escola Butantã, onde a falta de enfermeiras resulta em uma fila com já mais de 1200 mulheres para o elementar exame de papanicolau. Isso tudo sem falar na situação dos restaurantes, que também serão ameaçados com a falta de funcionários e a situação do Hospital Universitário”.

Diante deste verdadeiro desmonte, Diana conclui dizendo “Não podemos aceitar nenhum direito a menos, e nenhuma vaga a menos nas Creches da USP. As combativas trabalhadoras das Creches desde o ano passado vem lutando por seus direitos trabalhistas e por melhores condições de trabalho, sempre se organizando para defender o direito das crianças. É necessário exigir a reposição imediata dos postos de trabalho extintos pelo PIDV, mais contratação e criação de novas creches, na luta por mais verbas pra toda a educação pública. Precisamos também, desde já, retomar um forte plano de luta junto com toda a categoria pra enfrentar estes ajustes de Zago na USP”.

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