REFORMA MINISTERIAL
Diálogo entre Dilma e Kátia Abreu
27 Nov 2014
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Por: Daniel Matos
– Katinha, querida, não liga pra essa bronca do Stédile. É que você é muito de direita, meu amor. Fica difícil pra eles engolirem. Mas fica tranquila que isso passa.
– Tudo bem Dil. O que me preocupa não é o Stédile. São esses índios. Cê sabe que eles tão dando trabalho, né?
– Sei, sei. Olha, vamos fazer o seguinte: cê já viu que eu tô precisando de uma forcinha lá na Câmara. Aquele Cunha tá me dando trabalho.
– Ai Dil... é que eu num mando muito nisso aí.
– Menina, o Cunha não pode ser Presidente da Câmara. Minha vida vai virar um inferno. Isso dos índios fica tranquila.
– Dil, cê sabe que o PMDB não está muito fácil de contentar...
– Sim, sim. Mas seus amigos cresceram na última eleição, né? Conversa com eles...
– É que eles tão receosos com o que você disse na campanha. Eu mesmo fiquei em dúvida.
– Nãããão menina. Eleição é eleição. Pode ficar tranquila.
– É que o Cunha tem entrada no meu povo... Meus amigos gostam de quem não tem vergonha de falar contra o aborto.
– Eu sei. Mais olha: agora as coisas tão meio complicadas por causa dessa história da Petrobrás. Mas assim que passar isso...
– É... mas justamente por causa disso tá todo mundo mais exigente; cê conhece esse pessoal.
– Bom. Se ninguém quiser fazer uma força para ajudar, amém. Se os empreiteiros do país forem presos quem vai fazer as obras de infraestrutura que vocês tanto pedem?
– Pois é... É que tem uns amigos lá nos Estados Unidos que estão dispostos a fazer uns preços bons.
– Tá louca menina? Imagina o que aconteceria nesse país se eu tentasse mudar a lei para permitir isso.
– Eu sei. Não precisa. Agente monta uns consórcios aqui que dá tudo certo.
– Entendi. Vou falar com o pessoal. Depois você procura o Mercadante.
– Tudo bem. Um beijo Dil.
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