Quinta 18 de Abril de 2024

Nacional

Deflagrada a greve dos judiciários paulistas

05 Jul 2004   |   comentários

Contra o descaso do Tribunal de Justiça de São Paulo, que não encaminhou o projeto de lei ao Governador ou diretamente à Assembléia Legislativa, os trabalhadores do Poder Judiciário decidiram entrar em greve a partir do dia 30/06/2004. O Tribunal de Justiça reconheceu as perdas da categoria, considerando o índice de 26,39%, baseado nos cálculos do INPC do IBGE. Não encaminhando o projeto de lei, a categoria decidiu por cruzar os braços e exigir o índice de reajuste de 39,19%, baseado no IGPM da FGV, além de outras reivindicações.

Numa assembléia que contou com a participação massiva de mais de 4.000 trabalhadores, além de votar a greve, votou também um calendário de lutas. No dia 07.07.2004 haverá em todas as comarcas assembléias regionais e em 14.07.2004 se realizará novamente a assembléia estadual. Portanto, serão pelo menos quinze dias de greve, nos quais os trabalhadores terão que fazer piquetes intensos e arrastões pelos cartórios e reuniões nos andares para aumentar a adesão e organizar a participação dos judiciários.

O Tribunal, nesses primeiros dias de greve, não quer saber de conversa e negociação. Em comunicado no Diário Oficial, afirma que a greve é fraca e isolada, mas, ao mesmo tempo, exige a volta ao trabalho com a desculpa de “não prejudicar a população” . Quem é o Tribunal, com sua cúpula de marajás e defensores das leis de exploração e opressão capitalista contra o povo, para tentar aparecer como “preocupado com o povo” ?

GREVE COMEÇA FORTE

Ao contrário de outras ocasiões, a greve começou forte no principal prédio: o Fórum Central João Mendes Jr. No primeiro dia de greve, 19 Cartórios Cíveis não abriram as portas e 4 Cartórios da Família e Sucessões não trabalharam. Em outros a paralisação foi parcial, mas já alcança 80%. No segundo prédio mais importante, o Fórum Criminal da Barra Funda, a paralisação foi de 50%. A fiscalização dos fóruns João Mendes, Vergueiro, Fazenda Pública e Barra Funda aderiram e foram fechados.

Mas há muita coisa para se fazer. O movimento está apenas no início e a luta será bem difícil, pois a cúpula do Poder Judiciário sequer abre as portas de seu gabinete para entabular conversa com as direções sindicais E os judiciários devem tomar em suas mãos a greve, avançando na organização dos piquetes, arrastões, reuniões por prédios e andares, para culminar num verdadeiro comitê de greve unitário e democrático, constituído de representantes eleitos nas bases e responsáveis perantes estas, destituíveis caso não cumpram as decisões coletivas.

AVANÇAR NA GREVE E UNIFICAR COM OS DEMAIS SERVIDORES EM LUTA

No primeiro dia de greve dos judiciários, coincidentemente, houve um ato na Praça da Sé, promovido pelas entidades sindicais do funcionalismo público estadual e a CUT/SP, chamado para alertar o governador que se ele não atender as reivindicações dos servidores e professores do Estado, estes entrarão em greve, possibilitando, assim, uma futura unidade de luta do funcionalismo contra o arrocho salarial e as péssimas qualidades de trabalho impostas pelos governantes.

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