Sexta 29 de Março de 2024

Internacional

Cuba apóia Maduro contra a escalada agressiva da Casa Branca

11 Mar 2015 | O governo de Cuba repudiou em duros termos a ordem executiva (decreto) do presidente norteamericano Barack Obama, que declara a Venezuela como uma “ameaça para a segurança nacional”, e manifestou um apoio “incondicional” ao governo de Nicolás Maduro.   |   comentários

O governo de Cuba repudiou em duros termos a ordem executiva (decreto) do presidente norteamericano Barack Obama, que declara a Venezuela como uma “ameaça para a segurança nacional”, e manifestou um apoio “incondicional” ao governo de Nicolás Maduro.

Declaração de Obama sobre a Venezuela, acesse aqui.

Em uma declaração datada de 9 de março, o governo cubano qualificou a ação de Obama como “arbitrária e agressiva” e defendeu as medidas que vem tomando a Venezuela “em defesa de sua soberania frente aos atos intervencionistas de autoridades governamentais e do Congresso norteamericano”.

Depois, a Declaração continua perguntando-se: “Como Venezuela a ameaça os Estados Unidos? A milhares de quilômetros de distância, sem armas estratégicas e sem empregar recursos nem funcionários para conspirar contra a ordem constitucional estadunidense, a declaração soa pouco crível e desnuda os fins de quem a faz”.

Também se deu a conhecer uma breve carta do líder histórico Fidel Castro, na qual saúda e felicita o presidente Maduro por seu “brilhante e valente” discurso em resposta aos “brutais planos do governo dos Estados Unidos”.

Por sua parte, os países integrantes da ALBA, o acordo econômico que Hugo Chávez fundou em 2004, em base a fortaleza que davam os altos preços do petróleo, também repudiaram a ordem executiva de Obama. Reunidos em Havana, embaixadores e representantes da Venezuela, Cuba, Bolívia e Equador, além de outros países, ressaltaram que “a região não retornará à longa e obscura noite do neoliberalismo que viveram nossos países; a Venezuela não está sozinha”, e recordaram ao presidente norteamericano que “durante a Segunda Cúpula da Comunidade de Estados Latinoamericanos e Caribenhos (CELAC), declarou-se a América Latina e o Caribe uma zona de paz.”

A 17 de dezembro de 2014 os governos dos Estados Unidos e de Cuba anunciaram o estabelecimento de uma mesa de negociação do mais alto nível para avançar para a “normalização” das relações. No dia seguinte, Obama aprovou a lei de sanções econômicas contra a Venezuela.

Era uma clara tentativa de romper a aliança caribenha entre Cuba e Venezuela, ao mesmo tempo contendo a direita do Partido Republicano que rechaçava a aproximação com o governo de Raúl Castro, assim como outros assuntos de importância geopolítica como as negociações com o Irã por seu programa nuclear.
Mas o salto intervencionista e agressivo que acaba de dar Obama, chamando a situação política na Venezuela de “ameaça nacional” para os Estados Unidos, provocou uma clara demarcação política por parte de Cuba que provavelmente complicará o avanço das negociações. Sobretudo com a Cúpula das Américas a poucas semanas de iniciar, onde está previsto um encontro formal entre Obama e Raúl Castro e o anúncio da abertura de embaixadas em Havana e Washington.

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