Quinta 25 de Abril de 2024

Nacional

Contra o desemprego e a fome: emprego para todos!

05 Mar 2003   |   comentários

O governo Lula quer nos enganar com as migalhas do Fome Zero e de seus demais programas assistencialistas. Não podemos aceitar essa farsa! Esses programas não chagem nem perto das reais necessidades da classe trabalhadora e do povo pobre! Para lutar contra o desemprego devemos impor o reparto das horas de trabalho existentes entre todos os trabalhadores, empregados e desempregados, com igual salário. Ou seja, a luta pela escala móvel de horas de trabalho. Devemos combinar a luta por EMPREGO PARA TODOS com um plano de conjunto que alivie as condições de superexploração dos trabalhadores empregados e incorpore todos os trabalhadores desempregados à produção, eliminando a chantagem da burguesia que pressiona com o enorme exército de desempregados. Devemos combinar a luta por EMPREGO PARA TODOS com a imposição de um seguro desemprego, pago pelo Estado, capaz de garantir o sustento de uma família sem pré-requisitos nem limite de tempo até que todos sejam incorporados à produção. Para combater a política da burguesia e do governo Lula que são contra a realização dessas demandas mínimas, urgentes e inegavelmente justas, dizemos que esta luta deve estar acompanhada de um plano de obras públicas controlado pelos trabalhadores e financiado com o não pagamento da dívida externa; dizemos que esta luta deve estar acompanhada da imposição de impostos progressivos sobre as grandes fortunas. Só um programa operário que contemple essas medidas pode unir as filas da classe trabalhadora e superar a divisão imposta pela burocracia sindical.

Os trabalhadores não devemos aceitar mais suspensões e demissões. As grandes empresas, enquanto demitem e suspendem, argumentando uma suposta crise, aumentam os ritmos de trabalho dos empregados em mais de 12 horas. Quando as empresas vivem uma alta em suas vendas, os trabalhadores não vêem nenhum benefício. Quando caem as vendas são os trabalhadores que pagam com demissões e suspensões. Contra essa política os trabalhadores devemos impor a reincor-poração imediata de todos os demitidos e suspendidos e o reparto das horas de trabalho com o mesmo salário. Frente à ameaça de fechamento da fábrica por parte dos patrões, temos que lutar para que a fábrica seja posta para funcionar sobre o controle dos trabalhadores e para que a fábrica seja estatizada sem pagamento de indenização aos patrões.

Se os trabalhadores contratados já somos superexplorados, os trabalhadores sem carteira assinada, os estagiários e contratados temporais vivem condições piores ainda. A mulher trabalhadora que se incorpora no mercado de trabalho tem remuneração menor que a dos homens para exercer as mesmas funções. Os jovens e os imigrantes são utilizados como mão de obra barata, suportando os piores trabalhos, as piores remunerações, sem benefícios sociais e sempre com a insegurança de serem demitidos e jogados na marginalidade.

Não se pode sequer pensar seriamente em defender as conquistas operárias do ataque patronal e muito menos em recuperar as que têm sido perdidas se a classe operária e suas organizações não levantam um plano para unir todos os setores, se não se toma as reivindicações dos trabalhadores sem carteira assinada, dos contratados, da mulher, dos jovens, dos negros e dos imigrantes. A política dos capitalistas (ajudada pela burocracia sindical) é de dividir o proletariado para nos super-explorar e nos debilitar política e moralmente. Os trabalhadores temos que nos opor a essa política com a defesa da efetivação imediata de todos os trabalhadores sem carteira assinada ou com contratos precários e temporais, com a defesa de igual trabalho igual salário. Nenhuma discriminação por raça, sexo ou nacionalidade.
Contra o arrocho salarial e o aumento da carestia de vida, lutemos pela INDEXAÇÃO DOS SALà RIOS À INFLAÇÃO.

Devemos lutar por um salário mínimo real que cubra as necessidades de uma família padrão e não o salário mínimo de fome que Lula promete para março. Dizemos isso porque, quando Lula diz que vai aumentar o salário mínimo para R$ 211,00, R$ 240,00 ou R$ 250,00, não faz nada mais que adotar os cálculos que a burguesia faz para definir a “cesta básica” familiar miserável suficiente para que o trabalhador volte todos os dias ao trabalho para enriquecer os bolsos dos capitalistas. Cifras essas que sabemos desprezarem o fato de que fazem parte das necessidades do trabalhador os gastos com moradia, saúde, transporte, vestuário, educação, cultura, lazer etc.

Nos últimos meses, vem aumentando fortemente a inflação. Isso tem significado uma brutal desvalorização dos salários já miseráveis. Frente ao ataque da inflação sobre os salários, os trabalhadores devemos impor a indexação dos salários à inflação. Combinado a isso devemos formar comitês operários e barriais ligados aos sindicatos que controlem os preços dos produtos.

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