Quarta 24 de Abril de 2024

Nacional

Nos levantemos contra a polícia reacionária da burguesia

Contra a redução da maioridade penal e a militarização das cidades

29 Apr 2007   |   comentários

“A polícia do Rio prendeu 24% menos e matou 52% a mais nos meses de janeiro e fevereiro, em relação ao mesmo período do ano passado” [1] constatam as mais recentes pesquisas sobre a violência no Rio de Janeiro. Questionado pelos números que acusam uma escalada de assassinato policial o secretário de segurança pública do Rio de Janeiro, José Mariano Beltrame, afirma desvergonhadamente “Obviamente, quando a polícia vai cumprir a sua missão (...) existe o confronto. Infelizmente, a solução para isso não é uma solução boa, é uma solução traumática. (...) Entendo que saímos de uma polícia reativa para uma polícia ativa. Seria muito mais fácil ficarmos parados, esperando as situações acontecerem” [2] O fato é que a situação chegou num ponto em que nem as mínimas garantias democráticas estão sendo garantidas, já que o tribunal são as ruas, e os juízes e executores os próprios homens de farda!

O Governador Sergio Cabral pediu socorro a Lula para tentar conter a explosão do crime e do tráfico na Cidade Maravilhosa. A polícia, o Governo Estadual e também Lula parecem ter chegado ao acordo reacionário de que é preciso militarizar as ruas da cidade. Depois de “inovar” com o “Caveirão” , carro blindado que sobe os morros metralhando sem pisar no freio, a PM do Rio vai contar com o apoio do exército para patrulhar a cidade.

Em edições anteriores já apontamos as verdadeiras causas da violência e também que no tráfico de drogas e armas o buraco é mais em baixo, tendo necessariamente que envolver setores da burguesia, de altos funcionários do Estado e das forças armadas. Aqui reforçamos que as verdadeiras vítimas dessa guerra são os moradores das favelas, os trabalhadores e seus filhos que estão morrendo aos punhados em meio ao fogo cruzado. A militarização das ruas reforçará essa matança para as famílias operárias e não tocará em um fio de cabelo dos verdadeiros responsáveis pelo tráfico, que continuarão enchendo os bolsos, em seus escritórios e seus condomínios de luxo bem protegidos.

Igualmente o aumento da repressão e militarização, não tocará em uma só das questões básicas que geram o material humano da guerra do tráfico, pois a massa de desempregados, de trabalhadores precarizados e seus filhos sem escola, saúde, sem perspectivas seguirão engrossando o bolo podre da ordem capitalista no Rio e nas demais grandes cidades do país.

Não contentes com a repressão e humilhação a que os mais explorados, sobretudo os negros, são submetidos todos os dias pela polícia, agora a burguesia reacionária via seus representantes no parlamento (PFL, PMDB, PSDB, PDT, etc) pela via da Justiça do Senado acabam de aprovar a redução da maioridade penal de 18 para 16 anos. A burguesia e seus partidos mostram com esta ofensiva reacionária, que a despeito de seus ridículos discursos de “igualdade democrática” , na sociedade capitalista a juventude pobre está condenada quando não à morte pelas forças repressivas, à prisão.

Ë nessas horas que as organizações de massas da classe trabalhadora devem levantar uma forte denúncia e uma campanha nacional contra a redução da maioridade penal e a militarização das grandes cidades e em defesa dos direitos democráticos elementares; ao mesmo tempo que as organizações e sindicatos classistas e combativos, como a Conlutas e Intersindical, devem exigir e agitar em cada luta e cada greve em curso, que as Grandes Centrais, como CUT, Força Sindical e MST mobilizem o proletariado concentrado das indústrias e dos serviços, bem como os trabalhadores do campo para impor um plano de saída para crise, contemplando as demandas por emprego e salário dignos, plano de obras públicas para construção de moradias, escolas, hospitais, reforma agrária radical e etc.

Onde a burguesia vê aumento da segurança, nós proletários, negros e pobres, vemos aumento do sofrimento cotidiano, seja na rua tomando um enquadro, numa bala perdida, ou vendo nossos irmãos indo parar atrás das grades! Basta de ordem para o povo e progresso pra burguesia. Democracia pros ricos é ditadura pras massas!

[1FSP 21/04/07

[2Idem

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