Quinta 25 de Abril de 2024

Universidade

Contaminação por DDT na Biblioteca da FFLCH-USP ameaça trabalhadores e usuários, Direção sabe há um ano

13 Feb 2015   |   comentários

Receber doações de coleções de livros é algo comum em bibliotecas públicas. Tão comum quanto a prática de recebê-los deveria ser a triagem de segurança adequada desses acervos doados. Mas não é o que ocorre na Biblioteca Florestan Fernandes da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da USP.

Receber doações de coleções de livros é algo comum em bibliotecas públicas. Tão comum quanto a prática de recebê-los deveria ser a triagem de segurança adequada desses acervos doados. Mas não é o que ocorre na Biblioteca Florestan Fernandes da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da USP.

Desde o início de 2014 os trabalhadores travam uma verdadeira batalha para conseguir desde a higienização correta da coleção de livros doados e comprovadamente contaminados de DDT (substância altamente cancerígena) até a retirada do material do prédio da biblioteca a fim de evitar o contato e a contaminação dos trabalhadores e usuários, uma vez que o material (DDT) é dispersivo também no ar.

Patricia Galvão, Diretora de Base do SINTUSP e trabalhadora da FFLCH, explica: “Todos os trabalhadores tiveram sintomas de contaminação ao manusear esse material, e apesar de procurarmos constantemente a direção tanto da Biblioteca quanto da Faculdade, nada foi feito para garantir a segurança dos trabalhadores. Pior, sofreram todo tipo de assédio e perseguições, foram repreendidos por tirar os livros contaminados de sua sala enquanto passavam mal, e tiveram que ouvir que não tinham provas de que os sintomas que tinham eram devido aos livros.”

Os trabalhadores, cansados desta situação e receosos por sua saúde e dos usuários da Biblioteca, principalmente alunos e professores, se reuniram dia 11 de fevereiro para dar um basta na situação. Votaram parar os trabalhos a partir do dia 23 de fevereiro caso o acervo contaminado não seja retirado do prédio. Patricia continua “É o primeiro dia de aula, quando acontece um tour pela biblioteca. Não queremos que, em seu primeiro dia de aula, os calouros sejam expostos a essa contaminação e nem que esse tipo de situação seja naturalizada. Precisamos de todo o apoio dos estudantes nessa batalha que estamos travando contra a direção, pois a preservação da saúde das pessoas deve ser função primeira de todo dirigente desta universidade. Basta de adoecer no trabalho! Basta de autoritarismo e assédio moral!”.

Artigos relacionados: Universidade









  • Não há comentários para este artigo