Terça 23 de Abril de 2024

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Conselho Diretor de Base do Sintusp aprova plano de luta

12 Feb 2015   |   comentários

No dia 10/02/15 aconteceu a primeira reunião do Conselho Diretor de Base do Sintusp (CDB). Renovado com o ingresso de 99 novos diretores a partir do rico processo de 118 dias de greve, os trabalhadores da USP discutiram a conjuntura nacional, estadual, o processo de sucateamento da educação no país e, em particular, o desmonte da Universidade de São Paulo (USP), aprovando um plano de lutas rumo ao Congresso dos Trabalhadores da USP que vai (...)

No dia 10/02/15 aconteceu a primeira reunião do Conselho Diretor de Base do Sintusp (CDB). Renovado com o ingresso de 99 novos diretores a partir do rico processo de 118 dias de greve, os trabalhadores da USP discutiram a conjuntura nacional, estadual, o processo de sucateamento da educação no país e, em particular, o desmonte da Universidade de São Paulo (USP), aprovando um plano de lutas rumo ao Congresso dos Trabalhadores da USP que vai ocorrer no final de abril.

Adriano Favarin, um dos 99 novos diretores do CDB e trabalhador da Faculdade de Odontologia conta que: “Em primeiro lugar queria dizer que estou orgulhoso de ser parte desta nova camada de trabalhadores da USP que após a greve de 118 ingressou no CDB. Foi um exemplo de democracia o Sintusp ter alterado seu estatuto para abrir espaço a novos representantes. Nesta primeira reunião, o CDB iniciou com uma análise dos primeiros momentos dos mandatos de reeleição do governo Dilma e Alckmin. Refletindo o significado das medidas provisórias do governo Dilma, que retiram os direitos dos trabalhadores, e o aumento da publicização da crise da água em São Paulo que levaram a uma queda significativa da popularidade de ambos os governos, definimos que esse ano tende a ser marcado por uma maior politização e por importantes lutas populares e de trabalhadores, como já demonstraram os companheiros da Volks no inicio de janeiro barrando 800 demissões. E nesse sentido é fundamental que o Sintusp e os trabalhadores da USP tomem iniciativas para organizar essa insatisfação, se colocando na vanguarda da movimentação política nacional”.

Com relação a USP, Adriano denunciou o quanto está sendo escandaloso e descarado o processo de desmonte encabeçado pelo Reitor Zago: “Após congelar as contratações no início de 2014 e incentivar a demissão de mais de 1.400 trabalhadores, o Reitor começou a aplicar seu projeto de privatização e elitização, iniciando pelo sucateamento do Hospital Universitário (HU), fechando setores inteiros como ortopedia e ambulatório, cancelando a matrícula das crianças nas creches e fechando restaurantes universitários. No CDB ainda tiveram informes de unidades que tem demitido os trabalhadores terceirizados da limpeza e vigilância e outras, como a Psicologia e o Centro de Práticas Esportivas, em que o remanejamento dos funcionários tem visado sucatear e fechar as áreas de atendimentos sociais, extensão e voltadas à comunidade.”

O CDB discutiu, segundo Adriano, que essa situação coloca a necessidade de acelerarmos o processo de resistência da categoria. Para além da data-base de maio e da luta pela garantia da reposição das perdas históricas e da manutenção do poder de compra atual do nosso salário e vales frente ao aumento absurdo da inflação, dos impostos e dos transportes, é urgente mobilizarmos a categoria para barrar o processo de sucateamento e privatização da USP, exigindo a contratação de mais funcionários, como mínimo a reposição dos que saíram pelo Plano de Demissão, a efetivação dos trabalhadores terceirizados e mais verbas para a educação, em uma luta que também é em defesa do emprego.

Bruno Gilga, diretor do Sintusp e trabalhador da FFLCH também comentou sobre a reunião do CDB “Como colocou Adriano, a necessidade de mobilização é imediata. Para iniciarmos esse processo discutimos a necessidade de buscarmos os estudantes e professores para uma mobilização conjunta, e a partir da calourada e das relações com os Centros Acadêmicos, coletivos e DCE em cada unidade termos ações em comum para defender essas bandeiras. Os trabalhadores das Creches já protagonizaram um ato no dia 11/02 pela abertura de vagas, nos restaurantes os trabalhadores estão organizando cartas aos estudantes e paralisações para evitar o fechamento do bandejão da Prefeitura e no HU o Comando de Mobilização planeja uma paralisação com escala mínima para março. Na Biblioteca da FFLCH também estamos organizando uma luta contra a contaminação de livros que está prejudicando há meses a saúde dos funcionários. Vamos nos somar a partir de cada unidade a todas essas iniciativas para barrar essa política do Reitor e do Governador Alckmin”

Além de toda essa discussão e esse plano de lutas, Gilga comentou ainda que: “O CDB discutiu também a situação crônica de crise da água e a necessidade tanto de participarmos da Assembleia Estadual, dia 22/03, levando a defesa da estatização da Sabesp sob controle dos trabalhadores buscando contato com os trabalhadores da SABESP, quanto de impulsionarmos uma Assembleia Regional dia 12/03 chamando a comunidade, as representações sindicais, estudantis e sociais para debatermos e tomarmos ações práticas para que nenhuma família fique sem água”. Mantendo a tradição de solidariedade de classe deste Sindicato, o CDB ainda aprovou duas moções em apoio a greve dos professores do Paraná e dos trabalhadores da Comperj e uma foto exigindo a revogação da expulsão dos 17 estudantes da UNESP de Araraquara.

"Neste sentido, o CDB aprovou um plano de luta que começa por uma forte rodada de reuniões em todas as unidades da USP, o apoio a todas as manifestações e paralisações por unidades, a realização de uma Assembléia de Trabalhadores no dia 04/03 e a construção de uma paralisação geral dos trabalhadores da USP na segunda semana de março. Este plano de luta deve estar completamente relacionado a construção do Congresso dos Trabalhadores da USP e também do Congresso da CSP-Conlutas, que vai ocorrer em junho", finalizou Gilga.

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