Sábado 20 de Abril de 2024

Juventude

Um aporte importante para um novo movimento estudantil

Congresso de Estudantes da UNESP e FATEC

09 Nov 2007   |   comentários

Por: Du

Lula e Serra podem superficialmente parecer diferentes, mas quando se trata de atacar os trabalhadores e a juventude e colocar as universidades ainda mais a serviço da burguesia, esses senhores são muito parecidos. Ambos pretendem dar uma saída à crise da universidade que garanta mais lucros aos capitalistas. Por isso, a luta das universidades estaduais paulistas e a luta das federais não são diferentes, ambas combatem os mesmos inimigos. Ambas deram uma amostra do que os estudantes podem fazer quando confiam nos seus próprios métodos de luta e rechaçam suas direções governistas e burocráticas. No entanto, ambas também mostram os limites do movimento quando não levantam um programa capaz de se ligar aos milhões de trabalhadores fora da universidade e deixam assim o caminho aberto para a demagogia dos governos isolar nossas mobilizações e passar os ataques.

O Congresso de Estudantes da UNESP e FATEC (CEEUF) foi um importante espaço para a reflexão das lições da nossa greve e um aporte importante para um novo movimento estudantil, apontando uma saída independente dos governos e da burocracia, para dar uma resposta de fundo à universidade: a luta pela estatização das universidades particulares e pelo fim do vestibular, única via séria de se lutar para que todos possam estudar, a luta pelo não pagamento das dívidas interna e externa e para que a verba pública seja exclusivamente para universidades públicas, como forma de garantir a qualidade na educação, e a luta contra a estrutura de poder da universidade, que mantém a o ensino e a pesquisa a serviço dos burgueses.

Nós da LER-QI, junto a companheiros do Movimento A Plenos Pulmões e independentes demos toda a centralidade no Congresso à luta contra a repressão, para dar uma resposta à altura da brutalidade da repressão do pós-greve, que tem até mesmo mandato de prisão à estudantes de Araraquara.

Outra discussão importante do congresso foi à forma de organizar o DCE da UNESP e FATEC. Os governistas defendiam o velho DCE burocrático, sustentado pelo sufrágio universal e eleições fraudulentas, que se apóia nas massas inorgânicas de estudantes para conquistar plenos poderes para fazerem o que bem quiserem em nosso nome. Nós rechaçamos a proposta governista, e os estudantes aprovaram um DCE baseado na democracia dos que lutam, com uma diretoria composta por delegados eleitos em assembléias de cada campi da nossa universidade, colocando como desafio a construção de um DCE organicamente ligado aos estudantes, onde os delegados estão sob os olhos atentos dos estudantes, que podem a cada instante criticá-lo, cobrar-lhe prestação de contas e substituí-lo por outro.

O PSTU foi sem dúvida o ponto baixo do Congresso. Além de não dar nenhum peso para a defesa de seus próprios militantes que vem sendo vítima da repressão, ficaram com os governistas na questão do DCE, arrancando cínicos sorrisos do PCdoB. O PSTU foi incapaz de aprender da greve das estaduais paulistas que para termos vitórias verdadeiras é necessário não só romper com sua direção governista, mas romper com sua a lógica reformista e com toda a burocracia que a sustenta, para isso é necessário sim romper com a UNE e construir uma alternativa, que pode ser a CONLUTE, mas só isso não basta, é necessário colocar de pé um novo DCE, coerente com um novo movimento estudantil democrático, massivo e aliado aos trabalhadores.

Du é estudante de Ciências Sociais da Unesp - Marília

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