Terça 23 de Abril de 2024

Nacional

OPERAÇÃO LAVA-JATO

Como impedir que avance a privatização da Petrobrás?

24 Nov 2014   |   comentários

Não faltam abutres estrangeiros e tucanos rondando os campos de petróleo nacional. Querem aproveitar os escândalos de corrupção para avançar em uma maior privatização do petróleo.

Não faltam abutres estrangeiros e tucanos rondando os campos de petróleo nacional. Para a grande mídia brasileira, para o PSDB e para as gigantes imperialistas do petróleo (Shell, BP, Total, etc.), esta crise dos escândalos de corrupção é uma oportunidade para enlamear a maior empresa nacional e assim buscar ter maior participação nesta riqueza. Querem não só atingir o PT, querem maior privatização do petróleo. Com esta crise atingindo também as grandes empreiteiras, buscam ganhar espaço em um mercado que é, até hoje, vedado às empresas estrangeiras: o riquíssimo mercado das licitações públicas.

As ações da mídia “nacional”, da empresa americana de auditoria da Petrobrás, a Pricewaterhouse Coopers (PwC), e como logo veremos das agências reguladoras americanas (SEC, outras), são todas elas ligadas a estes objetivos privatistas e de avanço do imperialismo nas riquezas nacionais. É preciso derrotá-los!

Porém, não será pelas ações do principal braço do PT nesta questão, a diretoria da empresa, que combateremos este perigo real. A diretoria da empresa está toda ela envolvida nos escândalos ou, no mínimo, em um dos fatores fundamentais deste caso: terceirização e privatização.

Também não será das mãos da atuação da CUT e da Federação Única dos Petroleiros (FUP) que combateremos este perigo. A FUP fala que este escândalo de corrupção está ligado à terceirização. Porém, esta federação não combate o crescimento da terceirização que houve durante os governos do PT, que hoje atinge o escandaloso número de 320 mil terceirizados. Ela não fala uma palavra das milhares de demissões que estão acontecendo nos estaleiros, nas plataformas. Não quer tomar nenhuma ação neste escândalo. Não exigem a publicidade dos contratos, publicidade das investigações da empresa, nenhuma demissão, confisco do dinheiro roubado da Petrobrás e seu uso imediato para impedir as demissões e usá-lo em obras públicas de transporte, moradia, saúde, educação. Também não estão impulsionando nenhuma campanha pela reestatização 100% da empresa e de todo o ramo do petróleo (da construção de navios à venda de combustíveis).
Só impulsionando essas medidas poderemos derrotar a privatização, a terceirização e a direita!

Nas eleições, muitos trabalhadores se assustaram com a possibilidade que o PSDB ganhasse as eleições. O PT usou este medo falando de um “avanço da direita”. Não concordamos com este argumento. Sempre alertamos que a direita também estava com Dilma. O PT tenta permanentemente mostrar como por fora dele não há como preservar as conquistas. Este argumento é funcional a seu próprio avanço à direita, como se vê agora na indicação do ministério com Kátia Abreu, banqueiros oriundos do PSDB, etc.

Este mesmo medo está se mostrando agora no escândalo da Petrobrás. Precisamos derrotar este medo. Só defenderemos a Petrobrás, os empregos dos terceirizados e puniremos os corruptos se os trabalhadores se tornarem sujeitos da política. Tomemos a defesa da Petrobrás em nossas mãos. Não será das mãos de políticos do PSDB ou do PT ligados aos empreiteiros ou de sindicalistas da CUT ligados ao governo e à diretoria da empresa que acontecerá isto. Precisamos retomar os sindicatos para a luta independente do governo como um dos passos em defesa da Petrobrás, do imperialismo e da direita.

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