Quinta 25 de Abril de 2024

INFORME DO PTR-CcC SOBRE MOBILIZAÇÕES DOS DIAS 24 E 25

Como foram os dias 24 e 25 em Antofagasta?

06 Sep 2011   |   comentários

Tal como apareceu nas notícias nacionais, o epicentro dos distúrbios foi a Universidade Católica do Norte, onde desde a madrugada de terça-feira (24), mais de uma centena de estudantes secundaristas e universitários fizeram cortes de ruas nas duas principais avenidas da cidade (Av. Angamos e Av. Argentina). Questão que teve uma rápida reação dos policiais, que chegaram ao local reprimindo fortemente com o jato de água, tentando entrar na universidade, questão que nos manteve em forte enfrentamento durante mais de duas horas. Fizeram apenas uma detida, que por sorte conseguiu sair quase imediatamente, enquanto em outros setores registraram várias prisões por acusação de danos à propriedade (faixas e adesivos para a segurança do tribunal por danos a propriedade privada, indo nos próximos meses a julgamento).

Já na quinta-feira, 25, a marcha teve quatro pontos desde onde partiu (Colégio de Professores, Sede da CUT, Parque Japonês ao lado da Universidade de Antofagasta, Sede ANEF) e segundo as cifras dos organizadores superou as 12 mil pessoas, ou seja, uma das mais massivas dos últimos anos desde as marchas dos pinguins em 2006. Delegações importantes de universitários, secundaristas, professores de liceos, funcionários das universidades etc., se fizeram presentes com palavras de ordem e faixas que exigiam a imediata gratuidade da educação, denunciando a intransigência do governo. Entre as que se destacavam estava a dinâmica coluna do PTR-CcC, companheiras do Pão e Rosas e também do Armas da Crítica, que junto a dezenas de companheiros independentes, centralmente de Psicologia da UCN, gritavam fortemente “que venham ver, que venham ver...isto não é democracia, são as puras lei de Pinochet/olê olê, olê olá, porque em dois dias, não por nada, indefinido até ganhar a gratuidade” entre outros. Os trabalhadores mineros estiveram praticamente ausente, suas direções não moveram sequer um dedo para mobilizar as bases – o mesmo a CUT que tão pouco preparou a paralisação –, a questão é que esse é um setor chave na economia chilena, com uma força tão importante que sua entrada mais definitiva na luta colocaria um rápido triunfo à mobilização.

No mesmo dia houveram desocupações em diversos liceos – São José, liceo das meninas e ao encerramento dessa nota registramos a desocupação do Liceo experimental artístico – resultados de uma brutal repressão com mais de 50 detidos, que foram golpeados inumeráveis vezes e torturados num comissário (obrigados a se despir, os pegaram com um skate como “vingança”, etc.) que coloca claramente a necessidade de uma campanha nacional contra a repressão, que também possa articular as diversas denúncias e como nos defendermos conjuntamente frente a ataques como esses. Para isso, desde a Secretaria Executiva da FEUCN, estamos convocando para hoje (domingo a tarde) uma reunião aberta de estudantes, professores, apoderados etc., com o intuito de discutirmos esses ataques e levantarmos uma grande coordenação contra a repressão, que sirva como uma ferramenta de luta e defesa, chave em momentos onde estamos vivendo práticas similares à ditadura e que as direções oficiais do movimento operário e movimento estudantil locais, quase todas nas mãos do Partido Comunista, estão vulneráveis, deixando passar golpe atrás de golpe. Fazemos um forte chamado a nos organizarmos, nenhum passo atrás até a gratuidade!









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