Quinta 28 de Março de 2024

Como combater a reação

06 Sep 2005   |   comentários

Apavorada com a histeria “revolucionária” do grupo de “iluminados” que dirige o P.C., a polícia vem efetuando prisões a torto e direito, não só encarcerando, mas espancando e maltratando todos os militantes operários. Martírio inútil a que pela direção do Partido são submetidos esses companheiros, porque na realidade nada existe, mesmo do ponto de vista burguês que o justifique. Sem orientação sindical e sem vanguarda capaz, sem vontade de luta das massas, vem sendo vítimas os nossos militantes do efeito causado no espírito burguês pela ameaça de uma “revolução” que só existe nos letreiros gritantes dos cartazes e na imaginação doentia de meia dúzia de fanáticos cegados pela cocaína dos “complots” .

A Revolução Proletária virá inevitavelmente e a reação capitalista se fará sentir cada vez mais forte até o dia do seu advento, mas isso obedecerá ao desenvolvimento de um processo histórico e se dará de acordo com o curso dos acontecimentos. Essa reação será a conseqüência dialética de uma ação revolucionária, e dos seus efeitos, que só se apagarão. com a vitória da classe operária, não haverá por onde fugir.

Mas o que se observa na hora atual é que a onda de violências praticadas contra os trabalhadores não está ocorrendo de uma ação revolucionária justa, de um só fato real e palpável mas do medo (somente do medo) que à burguesia inspiram as bochechas dos nossos dirigentes, quando se enchem de “vento revolucionário” .

É evidente que a burguesia há de tremer sempre ’ e é Marx que nos ensina ’ à simples idéia de uma Revolução Proletária. Isso, porém, não quer dizer que a devamos assustar com a simples enunciação cotidiana dessa idéia, sem tratarmos da organização férrea, sindical e política, dos trabalhadores das fábricas e dos campos, sem tratarmos, numa palavra, de criar uma situação de fato, que exprima revolucionariamente essa idéia. O contrário é puro ilusionismo e não comunismo, é querer substituir a ação no seio das massas pelo soprar contínuo de bolhas de sabão colorido de vermelho, o que pode ser bonito, mas é infantil, tolo e ’ o que é pior ’ reacionário.

Por tudo isso, nós os oposicionistas de esquerda, que formamos a ala bolchevista-leninista do P.C.B. gritamos a plenos pulmões aos militantes, revolucionários: Sem temores de qualquer espécie, oponhamos aos erros da direção e as violências policiais que, em sua maior parte decorrem desses erros, a realização de tática justa, de uma política rigorosamente marxista, por meio de um trabalho sério de agitação e de organização no meio das massas!

Luta de Classe, n.3, junho 1930









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