Quinta 25 de Abril de 2024

Internacional

Chávez e Kirchner: “antiimperialismo” na medida para regatear em melhores condições

24 Mar 2007   |   comentários

Enquanto Bush perambulava pela América Latina, o presidente da Venezuela, Hugo Chávez, e Nestor Kirchner da Argentina se juntavam num estádio em Buenos Aires para celebrar suas posições pretensamente “anti norte-americanas” . Buscavam assim aparecer de maneira “independente” do imperialismo frente às massas para ampliar seu apoio utilizando o amplo repúdio popular a Bush. Mas a retórica de “socialismo do século XXI” chavista e os xingamentos ao FMI feitos por Kirchner tentam esconder que na prática ambos os governos não só não têm nada de anti norte-americanos, como na verdade buscam ganhar espaços para negociar em melhores condições com o imperialismo.

Tanto é assim que pouco antes do ato “anti-Bush” de Chávez e Kirchner os próprios enviados de Bush à Argentina agradeceram ao presidente argentino pelos serviços prestados à CIA ao incriminar o Irã pelo atentado ao centro cultural judeu AMIA ocorrido em 1994. Por sua vez, Chávez foi também alvo de elogios por parte dos capitalistas estrangeiros, em sua maioria representantes do imperialismo norte-americano, pela compra realizada por seu governo das empresas de exploração de petróleo da Faixa do Orinoco que ele tenta fazer passar como se fosse uma “nacionalização” . Estas são apenas algumas expressões que mostram que apesar do discurso nenhum dos dois governos é realmente anti norte-americano, e muito menos antiimperialista.

Apesar da diferença existente entre eles há uma fundamental semelhança: a política de promover o enriquecimento dos empresários nacionais, enquanto os trabalhadores e as massas seguem recebendo salários de fome. A máxima de que “o que é bom para o empresariado nacional é bom para o país” , vem sendo repetida à exaustão tanto por Chávez como por Kirchner. Esta mentira usada para enganar os trabalhadores de que seus interesses são o mesmo que os dos patrões é facilmente desmascarada quando se vê que cerca de 40% da população da América Latina e do Caribe vivem na pobreza, apesar dos altos índices de crescimento que a maioria dos países latino-americanos vêm tendo. Isto mostra que de “independência” e “socialismo” esta política, assim como os seus aplicadores, nada têm.

Artigos relacionados: Internacional









  • Não há comentários para este artigo