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Centrais sindicais realizam dia de manifestação contra os ajustes do governo

28 Jan 2015   |   comentários

Na quarta-feira 28/01 ocorreu, na Avenida Paulista o "Dia Nacional de Lutas por Emprego e Direitos", organizado pelas centrais sindicais ligadas ao governo e aos partidos burgueses de oposição (CUT, CSB, CTB, Força Sindical, NCST e UGT), que também contou com a participação da CSP-Conlutas e outros setores da esquerda.

Na quarta-feira 28/01 ocorreu, na Avenida Paulista o "Dia Nacional de Lutas por Emprego e Direitos", organizado pelas centrais sindicais ligadas ao governo e aos partidos burgueses de oposição (CUT, CSB, CTB, Força Sindical, NCST e UGT), que também contou com a participação da CSP-Conlutas e outros setores da esquerda. O ato, que exigia como principal demanda a revogação das Medidas Provisórias (MPs) 664 e 665 contou com a presença de aproximadamente 5 mil pessoas.

Estas MPs, que fazem parte de um pacote mais amplo de ajustes através dos quais o governo Dilma busca descarregar o ônus da recessão sobre as costas dos trabalhadores, retiram direitos básicos como auxílio-doença, pensão por morte, abono salarial, seguro-desemprego e seguro pescador, dificultando muito o acesso destes benefícios aos trabalhadores mais jovens e precários do trabalho rotativo, ampliado ao longo dos últimos anos pelo próprio governo do PT.

Essa jornada de luta convocada pelas centrais sindicais se dá num contexto de reversão das 800 demissões na Volkswagen após a greve de dez dias de greve de uma das maiores fábricas do ABC paulista no início de janeiro. E também no contexto de atos da juventude contra o aumento da tarifa de ônibus e início das mobilizações dos professores contra a política de precarização do ensino no estado de São Paulo.

O principal discurso dos dirigentes sindicais das centrais ligadas aos partidos patronais era que Dilma deveria cumprir com as promessas de campanha, quando vendeu ilusões de não faria um governo de ajustes para tirar votos do PSDB. Isso significaria, para a burocracia sindical, baixar os juros, retomar as linhas de crédito e suspender as MPs.

A manifestação ocorreu um dia depois da primeira reunião ministerial do novo governo Dilma, realizada em 27/01. Nesta ocasião, a presidenta, depois de longo período em silêncio, fez um pronunciamento de televisão para defender o pacote de ajustes anunciados no último período. Particularmente sobre os ataques aos direitos trabalhistas, Dilma disse que não estavam sendo atacados. Entretanto, não anunciou qualquer mudança nas medidas provisórias que motivaram este “Dia nacional de lutas”.

No dia 3 de fevereiro, o ministro Miguel Rosseto, responsável pela articulação com sindicatos e movimentos sociais, terá uma segunda reunião com as centrais sindicais, na qual promete "escutá-las". A preocupação de Dilma em justificar as medidas de ajuste é mais um sintoma do descontentamento que estes vêem provocando junto à própria base do PT.

O impacto de encontrar nas ruas hoje 5 mil trabalhadores organizados para reivindicar os direitos da nossa classe seria muito maior se as direções sindicais houvessem convocado paralisações preparadas em assembléias de base. Entretanto, estas burocracias sindicais não fizeram isso justamente para manter os protestos sob controle, melhorar seu poder de barganha com o governo, mas sem ameaçar sua estabilidade. "Dilma mentiu: a vaca tossiu!" foi um dos gritos ouvidos na manifestação, em alusão à declaração que Dilma deu em meio à campanha eleitoral, prometendo que não atacaria os direitos dos trabalhadores “nem que a vaca tussa”.

Se torna hoje necessário preparar de forma urgente uma agenda de luta que busque barrar estes ajustes. As organizações da esquerda classista e anti-governista precisam construir plenárias e assembléias de base que coloquem de pé um verdadeiro plano de lutas que culmine em fortes paralisações nacionais capazes de colocar em xeque o governo do PT e retomar o caminho das jornadas de junho de 2013.

Junto ao Sindicato dos trabalhadores da Universidade de São Paulo, os trabalhadores e jovens da Liga Estratégia Revolucionária estiveram presentes no ato defendendo essa perspectiva.

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