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Internacional

BULGÁRIA

Cai o governo em meio a multitudinárias manifestações

28 Feb 2013   |   comentários

Na quarta-feira, dia 20 de fevereiro, o Primeiro Ministro da Bulgária, Boiko Borisov, anunciou a renúncia em bloco de seu governo, depois de 10 dias de fortes protestos nas ruas.

Na quarta-feira, dia 20 de fevereiro, o Primeiro Ministro da Bulgária, Boiko Borisov, anunciou a renúncia em bloco de seu governo, depois de 10 dias de fortes protestos nas ruas. A queda do governo búlgaro mostra que a crise a as políticas de “austeridade” da União Europeia continuam gerando fortes tensões políticas, enquanto se desenvolve uma resistência operária e popular crescente. Agora o parlamento, onde o partido Cidadãos pelo Desenvolvimento Europeu da Bulgária (GERB) de Borisov tem maioria, discutirá se antecipará as eleições previstas para julho. Já que apesar que a Bulgária conte com um presidente do governo, este cumpre funções muito limitadas.

A Bulgária, país do sul da Europa, com mais de sete milhões de habitantes, que faz fronteira com a România, Sérvia, Grécia e Turquia, é o país mais pobre da União Europeia. Neste país 49% da população se encontra em risco de cair em situação de pobreza ou de exclusão, segundo os dados da agência Eurostat. Conta também com o recorde dos salários mais baixos da EU, enquanto um litro de leite custa o mesmo que nos países mais ricos (“preços europeus, salários búlgaros” é uma frase que sintetiza o mal estar geral). O salário médio é de 350 euros e 155 o salário mínimo. Os protestos que derrubaram o governo do político conservador Borisov são fruto da indignação crescente frente aos altos preços das tarifas elétricas que aumentaram mais de 13% em 2012. Um custo quase impossível de arcar para milhões de famílias. Em meio a um inverno severo, quase a metade da população tem problemas para pagar a calefação. As manifestações iniciaram faz 10 dias, sendo as mais numerosas no domingo passado, com 100.000 manifestantes em mais de 30 cidades. Nos últimos dois dias houve enfrentamentos entre a policia anti-distúrbios e milhares de jovens na capital do país, Sofia, que deixaram dezenas de feridos. Durante todos esses dias nas ruas se exigia a renúncia do governo (que é acusado de “Mafioso”) e a renacionalização das empresas de energia e de combustível, privatizadas durante o processo de restauração capitalista e com o ingresso na UE. As empresas estrangeiras que até agora dominavam o mercado são a CEZ e Energo-Pro da República Checa, e EVN da Áustria, ainda que a primeira teve a licença retirada em meio aos protestos. Logo após a renúncia do governo alguns manifestantes reivindicam que continuarão mobilizados para conquistar as reivindicações.

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