Quinta 18 de Abril de 2024

Juventude

BELO HORIZONTE

CONTRA O AUMENTO E PELA GRATUIDADE NO ÔNIBUS, UNIR A JUVENTUDE AOS TRABALHADORES!

17 Apr 2014   |   comentários

Desde o dia 3 de abril foi oficializado o aumento de preço das passagens nos ônibus de BH, que ainda não foi implementado devido uma liminar do Ministério Público com validade de 30 dias. Este é mais um ataque às condições de vida dos trabalhadores e da juventude. Nos últimos doze anos, o governo do PT e Dilma se tornou gerente do grande instrumento a serviço dos interesses de lucro de capitalistas e imperialistas que é o Estado Burguês brasileiro e sua democracia dos ricos, fundada na corrupção e no racismo, em troca dos direitos necessários para uma vida digna dos setores mais precarizados e oprimidos dos trabalhadores e do povo pobre. Passa o mesmo nos Estados e municípios dirigidos pelo PSDB, PMDB, PCdoB, PSB e todos os partidos que defendem e agem para manter a atual ordem capitalista.

No entanto, depois de Junho do ano passado, não há mais possibilidade de que os governos sigam fazendo isso sem ter de enfrentar muita resistência. A consciência das massas, como quem perde os freios em uma ladeira, vem transformando todo o seu potencial de luta em movimento. Primeiro se desgastou o freio da frente, o do governo conter as massas, e agora cada vez mais o freio de trás, o da confiança nos seus agentes que atuam dentro do movimento de trabalhadores, a burocracia sindical, que paralisa os sindicatos. A energia das massas e da juventude demonstrada nas Jornadas de Junho, multiplicada por essa aceleração da consciência de classe dos trabalhadores, a partir das lições deixadas pelas grandes greves dos rodoviários de Porto Alegre, dos Garis do Rio de Janeiro e agora dos Garis do ABCDMR (Grande São Paulo), mostram uma força que pode deter a Copa e seus ataques às condições de vida de todo o povo.

A "força" das leis e das urnas ou da luta independente?

Por outro lado, aparecem propostas que buscam apostar em outro tipo de forças. Em BH o mais conhecido deles é o movimento "Tarifa Zero BH". Esse movimento, com um peso importante do PSOL, busca barrar o aumento das passagens apostando em uma força imaginária, a força da lei. Porém, não há força real em um projeto de lei que, como o Tarifa Zero, pressupõe a manutenção do transporte em mãos de empresas privadas. O atual aumento das tarifas é um ataque dos governos e das empresas para reverter o principal ganho econômico das Jornadas de Junhos (barrar os aumentos). O PSOL busca depositar ilusões de que estes mesmos governos (inclusive eles só falam do Márcio Lacerda, como se não fosse uma política nacional) e esta mesma democracia dos ricos e suas instituições, como o Ministério Público, poderiam barrar esse aumento, planejado por eles mesmos. Essa é a mesma lógica de Marcelo Freixo (PSOL-RJ) que apoia a "CPI do Vandalismo", uma iniciativa do Estado Burguês, onde os representantes de partidos burgueses e corruptos decidem entre eles mesmos como criminalizar as manifestações. No fim, o PSOL visa as eleições no segundo semestre de 2014 (para eles o único objetivo da luta contra a Copa) para dizer "se fosse um candidato nosso votaria o projeto de lei". Uma reedição trágica do que foi inicialmente a ilusão petista na democracia burguesa.

A única força real para conquistar a gratuidade no transporte público é a força da luta independente dos trabalhadores junto da juventude e de todo o povo. É preciso tirar das mãos das empresas privadas o controle dos transportes e lutar pela estatização dos transportes. Porém não podemos esperar que este seja um presente vindo do Estado Burguês para os trabalhadores e o povo. Não basta dizer Estatização, é preciso dizer quais os meios para realizá-la para que realmente esteja em função dos interesses de todos. Os Garis do Rio de Janeiro mostraram que do seu trabalho depende o funcionamento de toda a cidade do Rio de Janeiro em pleno carnaval. Igualmente, do trabalho da classe trabalhadora depende a realização da Copa, assim como o funcionamento do transporte público. Sigamos os meios apontados pelos Garis do RJ: organizar desde as bases, contra a burocracia e com delegados revogáveis para levar a frente a luta pela demanda dos trabalhadores e do povo, exigindo dos sindicatos dirigidos pela CUT (PT) e pela CTB (PCdoB) - como o de professores e metalúrgicos - que deixem de defender o governo e a Copa e que preparem paralisações nas escolas e fábricas. Assim, os trabalhadores, a juventude e todo o povo teremos uma capacidade real de controlar os transportes em função dos interesses de todxs. Por isso, nossa principal tarefa é aliar a juventude aos trabalhadores lutando pela ESTATIZAÇÃO SOBRE CONTROLE DOS TRABALHADORES E USUÁRIOS!

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