Terça 23 de Abril de 2024

Nacional

DENÚNCIA

Brutal violência contra as mulheres no Pará, estado governado pela DS

11 Dec 2007   |   comentários

Há algumas semanas, o caso da detenção de L., uma adolescente negra de 15 anos, abusada sexualmente numa cela por mais de vinte homens, gerou repercussão nacional e internacional. O fato aconteceu em Abaetetuba, cidade do Pará, estado governado por uma petista da DS (Democracia Socialista, uma organização que até pouco tempo se dizia revolucionária e trotskista): a senhora Ana Júlia Carepa..

A declaração de Ana Júlia diz que “infelizmente, casos de mulheres presas em celas com homens existe mesmo” . E é verdade: depois da repercussão do caso de L., outros casos vieram à tona, e a governadora foi obrigada a abrir a boca só agora porque não tinha outra opção ’ o caso já estava escancarado na mídia.

Sua atitude imediata foi preservar sua imagem e seu governo, pedindo ajuda de sua parceira Nilcéia Freire (Ministra da Secretaria Especial de Políticas para a Mulher) e do presidente Lula. Em Brasília, no início deste mês, foi assinar o Pacto Nacional pelo Enfrentamento à Violência contra as Mulheres, lançado pelo governo Lula que em cinco anos no poder nada fez para combater o tráfico de mulheres, muito recorrente no Pará.

Ana Júlia, como governadora, não foi somente conivente, mas sim a principal responsável por essa brutal violência contra as mulheres, com a conivência de Lula. Ao mesmo tempo, ela é a responsável pela política repressiva contra os trabalhadores rurais que vem sendo implementada por sua polícia ’ que está sendo denunciada por casos de espancamento e tortura em desocupações de terra.

O caso de L. demonstra a degradação das mulheres que o capitalismo provoca e como a democracia burguesa é hipócrita com suas leis de direitos humanos, violadas a todo momento. Mas esse caso demonstra ainda a que ponto chega a integração da Democracia Socialista a esse regime. Depois do vergonhoso ministerialismo da DS, com Miguel Rosseto ocupando o Ministério do Desenvolvimento Agrário do governo Lula, responsável pela repressão aos sem-terra, agora Ana Júlia revela mais uma vez a degeneração dessa corrente. Enquanto os marxistas revolucionários devem defender a dissolução da polícia e a organização dos trabalhadores para a sua auto-defesa, Ana Júlia é o braço forte da implementação da política de repressão em seu estado, é quem manda na polícia que tortura e mata os trabalhadores.

Esse escândalo mostra o quanto é demagógica a política da DS para as mulheres, expressa no papel dirigente que cumpre na Marcha Mundial das Mulheres. Sua política “feminista” , de acordo com sua estratégia de “democracia até o final” , significa a manutenção dos chicotes do Estado burguês sobre os corpos das mulheres. A direção da Marcha Mundial das Mulheres não será capaz de levantar uma campanha conseqüente em defesa das mulheres do Pará e pela punição dos responsáveis por esses abusos, porque isso significaria atacar a si mesma, ou seja, a governadora Ana Júlia.

O abandono de princípios básicos de independência de classe marxistas como a não participação em governos burgueses por parte do Secretariado Unificado (organização internacional da qual a DS provém) é a maior expressão se expressam em de como esta corrente liquida o programa e a estratégia da revolução. A história do movimento operário já mostrou que esse abandono só pode levar a políticas reacionárias.

Isso deve servir como um alerta aos setores que hoje depositam alguma ilusão no PSOL, pois a estratégia deste partido de formar governos “antineoliberais” com a burguesia não pode mais que levar a destinos semelhantes ao da DS.

Abaixo a violência contra as mulheres e adolescentes! Punição aos responsáveis pelos abusos no Pará!

Pela defesa das mulheres contra o Estado burguês. Punição aos responsáveis pelo tráfico de mulheres e meninas. Pelo direito ao nosso corpo: direito à maternidade; direito ao aborto legal, seguro e gratuito.

Pelo direito ao estudo, abaixo a opressão às mulheres nas escolas e universidades. Salário igual para trabalho igual. Creches, lavanderias e restaurantes públicos e gratuitos, bancados pelo Estado e a patronal.

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