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Movimento Operário

Bruno Gilga, diretor do Sintusp: "Todos à paralisação do dia 26/11!"

21 Nov 2014   |   comentários

Os trabalhadores da USP votaram em assembléia uma paralisação para o próximo dia 26/11, já que após 2 meses da greve não houve nenhuma negociação e já começa o corte de quase 2 mil postos de trabalho.

Os trabalhadores da USP votaram em assembléia uma paralisação para o próximo dia 26/11, já que após 2 meses da greve não houve nenhuma negociação e já começa o corte de quase 2 mil postos de trabalho. Sobre esta situação, Bruno Gilga, diretor do Sintusp e representante dos trabalhadores no Conselho Universitário, declarou que: "Uma semana após a declaração de Zago de que a crise da USP estaria resolvida, agora é divulgada a implementação do PIDV, um plano de demissão em massa para cortar, segundo a Reitoria, cerca de 1800 postos de trabalho. A solução de Zago para a crise é a demissão em massa, principalmente dos mais experientes, que melhor conhecem a universidade, e num momento em que muitos órgãos precisam desesperadamente de mais funcionários, como os restaurantes e hospitais, entre outros. O resultado será o sucateamento da universidade, a precarização do atendimento à comunidade universitária e à população, e o aumento da terceirização e de outras formas de privatização da universidade. Colocam uma cereja em cima desse bolo podre pra empurra-lo goela abaixo dos trabalhadores: uma indenização com a falsa promessa de tranquilidade financeira, em um momento em que a economia vai mal em todo o país, o emprego e os pequenos negócios diminuem, e a aposentadoria continua uma miséria. E tudo isso de forma ilegal, sem negociação com os trabalhadores ou o sindicato, e sem lei que extingua os cargos. O PIDV é uma das maiores medidas de desmonte da universidade pública, não podemos aceitá-lo!".

Gilga também comenta a publicação dos salários da universidade: "Enquanto não param de aparecer supersalários na universidade - e não de funcionários ou professores em geral, mas quase sempre da burocracia universitária - a reitoria tenta inverter isso, numa campanha contra os salários justamente dos funcionários. Ao mesmo tempo não mostra as contas da universidade para a comunidade e para a população, para vermos qual é e de onde vem a crise. Mas usa a mesma crise de pretexto para o PIDV e para o congelamento dos benefícios (vales alimentação, refeição, creche e educação especial), que não são reajustados há 18 meses, enquanto a inflação só cresce, ainda mais dos alimentos. Por isso exigimos a abertura imediata de todas as contas da Universidade".

Para finalizar, Gilga diz que: "Assim, dois meses depois da greve, que terminou com o compromisso na justiça de seguir negociando, nenhuma negociação deste, ou de qualquer outro ponto de nossa pauta específica, como a defesa dos hospitais, ou a reversão das demissões e cortes centenas ou milhares de trabalhadores terceirizados. Além disso, a Reitoria que chegou a declarar na imprensa que a crise financeira estaria resolvida, mantém congelada as contratações, levando a uma situação desumana nos restaurantes da USP por exemplo com trabalhadores sofrendo com doenças adquiridas no trabalho. É por isso que é fundamental uma grande paralisação no dia 26/11, com todos os que fizeram essa greve histórica de 4 meses, e inclusive muitos outros, que viram que com nossa união podemos vencer, e cada um fortalece a luta, para impor a abertura de negociações, nossos direitos, e a defesa da universidade pública!"

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