Quinta 25 de Abril de 2024

Breve resenha histórica do trotskismo brasileiro

06 Dec 1996   |   comentários

Introdução

Este é somente um esboço, e rascunho; portanto contém algumas imprecisões e um desenvolvimento limitado. O objetivo do trabalho final é resgatar a rica história do trotskismo brasileiro para tentar reconstruir de alguma forma um fio de continuidade com a atualidade, já que lamentavelmente são quase nulos os laços que o atual centrismo mantêm com aqueles pioneiros, do final dos anos 1920, que se destacavam por sua capacidade intelectual, audácia política e uma expressiva inserção na classe operária. Vai como anedota que acaba de completar 60 anos de uma das jornadas gloriosas do trotskismo latino-americano, o histórico enfrentamento com os fascistas, os "camisas verdes", em São Paulo, que acabou com o projeto fascistóide, e nenhuma organização o comemorou, nem como uma nota em seus jornais.

Este adiantamento, ainda que sumamente imperfeito, quer colocar a idéia de que o trotskismo brasileiro foi produto de sucessivas cisões do comunismo oficial; que lhe provocou rupturas ou lhe ganhou frações, que não surgiram como trotskistas. E que esta localização como esquerda revolucionária do movimento marxista não se limitou às origens, mas se manteve, provocando repetidas rupturas no PC oficial.

Na América Latina o trotskismo conseguiu capitalizar as frações mais importantes dos PC´s, especialmente em Cuba, no Chile e no Brasil.

Conta José Roberto Campos: "A ação dos trotskistas teve sua maior influência no movimento operário latino-americano na década de 1930. Trinta e quatro grupos adeptos à ’Oposição de Esquerda Internacional’ se espalhavam na época pelo Brasil, México, Bolívia, Argentina, Uruguai, Panamá, Porto Rico, Chile e Cuba.

Em pelo menos 2 países, Chile e Cuba, as divergências entre Trotsky e Stalin dividiram os Partidos Comunistas locais, produzindo uma maioria favorável ao primeiro". (O que é o trotskismo-Ed. Brasiliense)

A organização trotskista politicamente mais forte no período de 1929-1940 na América latina é a do Brasil.

Ou seja o trotskismo latino-americano, com base proletária e internacionalista não nasceu em Villa Pobladora [1], assim como o homem não nasceu na Patagónia como acreditava Florentino Ameghino (ainda que esta última teoria tenha mais sustentação que a outra).

As origens

O comunismo no Brasil teve sua origem no começo dos anos 1920 em setores anarquistas e anarco-sindicalistas (e não nos socialistas como em muitos países latino-americanos).

Os sindicalistas revolucionários brasileiros, todos de tendências anarquistas, que protagonizaram heróicas lutas em meados de 1917 e uma histórica greve geral em 1919, se dividiram no calor da Revolução Russa.

Em março de 1922 se realiza o Congresso de fundação do PCB, que reunia uns 70 militantes, a ampla maioria anarquistas. Entre os nove delegados fundadores se encontravam o gráfico João da Costa Pimenta e Joaquim Barbosa, alfaiate. Costa Pimenta foi um grande dirigente sindical, figura chave nos heróicos anos 1917 e 1919, tanto que foi reivindicado pelo PC muitíssimos anos depois que abandonou o "partido". Barbosa era o secretário sindical do PC. Ambos serão dirigentes trotskistas reconhecidos.

Em 1927, Joaquim Barbosa, que era por sua vez dirigente da Federação Sindical do Rio de Janeiro, começa a se enfrentar à direção pela linha sindical (que ele considerava aparatista, tingido pelo terceiro período), renuncia como secretário sindical em 1928 e lidera a fração chamada Oposição Sindical. Pouco depois, Barbosa e sua célula, a 4R, que eram uns 40

militantes, abandonam o partido. Esta ruptura de esquerda não estava orientada pelos trotskistas. As críticas de Barbosa sensibilizam outros comitês regionais do PCB e surge a corrente integrada por Rodolfo Coutunho, Livio Xavier, Hilcar Leite e Aristides Lobo que ampliam as divergências esboçadas por Barbosa, e se opõem à visão "nacionalista" e a aliança com o tenente Luiz Carlos Prestes. Estes sim estavam ligados à Oposição de Esquerda Internacional.

Coutinho, que era advogado de Pernambuco (nordeste brasileiro) e também fundador do PC, esteve desde 1924 até 1927 na Europa, primeiro como delegado ao V Congresso da Internacional Comunista e logo depois toma contato com a Oposição na Alemanha. De volta ao Brasil, se integra ao Comitê Executivo do PC antes de romper. Aristides Lobo era o encarregado da Juventude Comunista em São Paulo, e é influenciado por Coutinho, que já era simpatizante do trotskismo.

Estes se unem à fração sindical de Barbosa e Costa Pimenta.

Em 1929, o stalinismo sofre outros golpes. Novamente nos gráficos, mas desta vez diretamente ligados à Oposição de Esquerda, se forma outra fração com os dirigentes Manoel Medeiros e outros.

Por sua vez, Mario Pedrosa, foi enviado a Moscou para participar de uma escola de formação. Fica doente quando passa pela Alemanha e toma contato com a Oposição e com os documentos críticos que Trotsky enviou ao VI Congresso da Comintern (1928). Adere plenamente às posições trotskistas e não continua sua viagem.

Volta em 1929 para o Brasil e reagrupa todos os núcleos anteriores no Grupo Comunista Lênin, que depois irá se chamar Liga Comunista Internacionalista (LCI), editando o jornal Luta de Classes.

Mario Pedrosa será a figura mais conhecida no trotskismo brasileiro, membro do Secretariado da Quarta Internacional.

Pouco depois ganham o grupo de Fulvio Abramo, que eram semi-anarquistas e se negavam a entrar no PCB.

No começo dos anos 1930, quando já tinham acontecido diversas rupturas do stalinismo, o trotskismo brasileiro era mais forte que o PC em São Paulo (e quiçá no Rio de Janeiro). Controlavam a Federação Gráfica que seria o eixo de grandes lutas não só sindicais, como também políticas, como a famosa jornada anti-fascista do dia 7 de Outubro de 1934.

Desde o dito sindicato gráfico, de grande importância na época, a LCI influenciará o movimento operário paulista e proporá a formação da Coalizão Sindical, uma espécie de Central Sindical.

Revolução por etapas vs. Revolução Permanente

O PCB já totalmente stalinizado produziu por meio de Octavio Brandão as teses de que o Brasil era um país de estrutura feudal e agrária e que portanto a revolução a se realizar era burguesa. Daí se desprendia a tradicional política de colaboração com a burguesia "nacional".

Mario Pedrosa e Lucio Xavier publicam algumas teses polemizando abertamente com essa concepção, dando assim as primeiras bases teóricas nacionais aos recentes trotskistas brasileiros. Depois se complementaria com uma análise da revolução-golpe que levou Getúlio Vargas pela primeira vez ao poder, em 1930. Aquelas teses estão no livro "Na contracorrente da historia".

Mas estes primeiros passos não estão isentos de crises. Em outubro, Pedrosa estava doente e o grupo entre em crise. Aristides Lobo, que estava no exterior, volta e consegue reorganizar o grupo em janeiro de 1931, não superando 50 militantes. Esse déficit organizativo é uma das debilidades dos trotskistas brasileiros daqueles anos.

Combate contra os fascistas

Em 1932 grupos fascistas começam a se organizar na Ação Integralista de Plínio Salgado. Um dos símbolos, assim como de todos os grupos fascistas, era a cor de sua camisa. Os fascistas brasileiros serão os camisas verdes.

Os trotskistas lançam a idéia de se organizarem para combater o fascismo nascente e propõem organizar uma Frente Única Antifascista (FUA), que será formada em julho de 1933, participando diversas agrupações operárias, políticas e sindicais; menos o PC.

Por sua vez, Pedrosa e seus amigos, junto a um grupo de jornalistas que trabalhavam no Diário da Noite, lançam um jornal anti-fascista chamado O Homem Livre. Quem determinava o conteúdo eram os trotskistas.

Os trotskistas não limitam a polêmica contra o PC, ao contrário, desde as páginas de seu jornal polemizam, e duro, contra seus aliados da FUA.

Em novembro os integralistas organizam uma provocação em um ato da FUA, com a intenção de dissolvê-lo. Não há maiores incidentes por conta do forte desdobramento militar, porém mais tarde seriam detidos 17 participantes, por vários dias.

Os fascistas preparam por sua vez um ato para o dia 15 de dezembro. Os antifascistas se organizam e se dispõem a rompê-lo com uma contra-manifestação. Os fascistas "arregam" e o levantam apesar do fato de que contavam com a permissão policial (lembrar que havia uma ditadura). No entanto, a FUA a mantém e tem êxito. Os fascistas nem se atreveram em repetir a provocação de novembro.

Entusiasmados com o êxito, a FUA lança um novo ato para o dia 25 de janeiro (com o qual se demonstra a falsidade de que no Brasil não acontece nada antes do carnaval). Mas desta vez a polícia se adiantou. Fechou a sede da União Gráfica e ocuparam toda a praça onde aconteceria a manifestação. No entanto, o ato aconteceu da mesma forma e falaram 3 oradores, entre eles Mario Pedrosa. Ao finalizar o ato, e quando militantes comunistas estenderam uma bandeira vermelha, a polícia reprimiu, com tiros inclusive.

O 1º de maio de 1934 será outra grande oportunidade para continuar a luta revolucionária contra o integralismo e o governo de Getúlio.

Deixemos que um ator direto dos fatos relate: "ao final a polícia aceitou o ato, mas que devia acontecer no Departamento de Trabalho de São Paulo, que tinha sido criado fazia pouco tempo como representação do movimento sindical oficial (...) A Comissão da manifestação aceitou a exigência e o ato aconteceu. Nós dissemos tudo o que queríamos, falamos da luta de classes, da luta contra os integralistas, do que representava o 1º de maio (...) Naquele dia eu lancei pela primeira vez no Brasil, o slogan da necessidade da construção da IV Internacional. Os comunistas internacionalistas sentimos que era o momento de fazer propaganda dessa necessidade, devido à capitulação do PC alemão que abriu o caminho para Hitler(...)

Para concretizar a Frente Antifascista, na campanha contra os integralistas que se desenvolveu durante o ano de 1934, a LCI os anarquistas e os socialistas lançaram um jornal chamado "O Homem Livre". O PCB não participava da frente única, preferia fazer campanha separado. Somente participou da grande luta contra os integralistas do dia 7/10/1934 na Praça da Sé. Toda a esquerda se uniu contra a manifestação integralista que seria realizada naquele dia. O objetivo dos integralistas era atacar as organizações da classe operária, a sede da Federação Sindical de São Paulo e os sindicatos que se encontravam no edifício Santa Helena, em frente do qual tinham planejado o desfile. Nós lutamos contra os fascistas e impedimos a realização da manifestação. O movimento realizado no dia 7 de outubro foi uma das conseqüências da luta contra o fascismo proposta naquele 1º de maio", contará Mario Pedrosa anos depois.

O dia 7 de outubro de 1934

Os integralistas anunciam a realização de uma grande manifestação e desfile militar em São Paulo para o dia 7 de outubro com o fim de comemorar o segundo aniversário da criação da Ação Integralista.

Conta Fulvio Abramo: "estávamos na sede da União dos Trabalhadores Gráficos (UGT), Mario Pedrosa, Livio Xavier, Aristides Lobo, Manoel Medeiros e João da Costa Pimenta, quando nos avisam de um comunicado da Ação Integralista convocando a manifestação. Medeiros é o primeiro a reagir: ’não vamos deixar que esses canalhas dominem as ruas. Vamos impedir, de qualquer forma’. Todos aprovam. Como secretário da FUA sou encarregado de convocar uma reunião (...) para discutir, concretamente, a proposta de uma contra-manifestação, armada se fosse necessário (...)" E continua o relato: "dois dias depois, atuando com rapidez, foram convocadas todas as organizações que lutaram no 1º de maio(...) Rapidamente foram tomadas decisões importantes: todos aprovaram a proposta de realizar uma contra-manifestação, estavam de acordo que deveria ser realizada no mesmo dia e na mesma hora da anunciada manifestação integralista; a finalidade era dissolver a reunião dos plinianos (seguidores de Plínio Salgado), sem possibilidade de voltar atrás nas decisões; o povo de São Paulo deveria ser esclarecido através de manifestos à imprensa sobre as razões que justificavam tomar tal posição, pois os integralistas alardeavam que empregariam no Brasil os mesmos métodos de liquidação física dos adversários políticos e das organizações opositoras que estavam em feroz aplicação na Alemanha e na Itália: na medida do possível cada organização trataria de proporcionar (fornecer) elementos de defesa- eufemismo empregado para dizer ’armas’- necessários para a concretização das medidas tomadas".

Os dias posteriores são de agitada preparação e coordenação entre as diversas organizações operárias. O comitê Regional do PCB, representado por Hermínio Sacchetta, se integra à preparação da contra-manifestação, pressionado pelo êxito da frente única. Recordemos que os stalinistas eram contra este tipo de frente única e sua estratégia eram as frentes de colaboração com a burguesia, as frentes populares. Anos depois, Sacchetta abandonará o stalinismo passando para as fileiras dos trotskistas.

No dia 3 de outubro, o Comitê Executivo Ampliado da LCI realiza uma importante reunião na casa do militante húngaro Rudolf Lauff, valente combatente na guerra civil russa, batizado por Pedrosa com o pseudónimo de "Klassenkampf". Era uma pessoa com experiência, que combateu um ano e meio na Marinha vermelha de Trotsky. Ele deu a orientação do aspecto militar. Mas esta ação é rechaçada por Aristides Lobo, Raquel de Queiroz, famosa novelista brasileira já destacada na época, e outros companheiros. Pouco depois abandonariam o trotskismo.

O enfrentamento

Os camisas verdes se concentraram em sua sede na Av. Brigadeiro Luiz Antonio, sendo entre 3.000 e 4.000. Além disso, chegavam centenas, em trens, de contingentes do interior paulista e até do Rio de Janeiro. Se estima em 7.000 e 8.000 os integralistas presentes.

Ao meio dia já tinham também numerosos grupos anti-fascistas esperando na Praça da Sé, lugar fixado para o ato.

As 13h a cavalaria e infantaria da Força Pública, sendo uns 400 armados de fuzis e metralhadoras de pé iniciam a ocupação da praça, distribuindo pelotões nos lugares estratégicos, em frente ao prédio Santa Helena e outros.

Os integralistas se sentiam protegidos frente a tamanho desdobramento da polícia militar, e começaram assim seu ato. Entre os hinos fascistas e os gritos de "fora galinhas verdes" do outro lado a coisa foi esquentando. Houve provocações e alguns enfrentamentos menores. No entanto, a polícia quer intervir, se escutam vários disparos e começou a correria. Mas esta confusão se dilui rápido. Os fascistas começam a se concentrar nas escadas da catedral. Nesses momentos se escuta uma rajada de metralhadora, que nunca se póde determinar por quem foi acionada (se fala até de um acidente). Isto só incitou os ânimos dos antifascistas porque todo mundo pensava que tinha sido os integralistas os autores dos disparos. Grandes colunas fascistas estavam entrando na praça, por trás.

Mas deixemos que seja o próprio Fulvio Abramo, responsável por falar no contra-ato, que nos relate os momentos chave:

"Os integralistas refeitos do pânico causado pela descarga da metralhadora, começaram a encher as escadas da catedral. Me pareceu que era o momento para iniciar a contra-manifestação. Subi ao pedestal de uma coluna e pronunciei breves palavras (...) uma feroz rajada de balas dirigida ao nosso grupo (...) desci de meu palco improvisado e me juntei aos companheiros correndo. Correndo escutei o Mario dizer: "estou ferido", e tropeçar. Peguei-o pelo braço com minha mão esquerda." Quase simultaneamente cairia ferido de morte o jovem comunista Décio de Oliveira. Morreram também três agentes policiais e alguns fascistas. E Fulvio prossegue: "A batalha continuou cada vez mais forte (eram mais de 4 da tarde). As balas vinham de todos os lados , em uma confusão incrível." Os distintos grupos se distribuíram por zonas na praça e nos arredores onde se enfrentavam com os grupos ou indivíduos integralistas que se dispersavam. O combate se estendeu por ruas vizinhas e por várias horas o centro de São Paulo viu transtornada a sua agradável tranqüilidade dos domingos pela tarde.

E Fulvio continua: "A batalha prossegue. Os integralistas contam com alguns elementos que não são tão covardes como nós mesmos os qualificamos, mais por inimizade e desprezo (justificados) do que por amor à verdade. Esse grupo continua atirando e não abandonaria a praça. Finalmente se retira, seguindo a rua Senador Feijó até o Largo São Francisco (a uns quatro quarteirões) enquanto a maioria dos gloriosos milicianos foge a toda velocidade da Praça, por todas as direções e por toda a cidade(...) Foi uma grande fuga que passou a ser denominada daí em diante de ’revoada das galinhas verdes’ (...) Plínio Salgado, que não tirou os pés da sede da Ação Integralista, começa a derramar suas lágrimas e lamentos a partir desse momento(...) Dispersados os integralistas, a Praça da Sé fica deserta. Foram ’quatro horas de ditadura do proletariado’ como diria depois o militante Antón Machek". E ainda que esta frase final possa resultar exagerada, não o são as palavras de O. Coggiola quando diz: "se poucos anos antes, na Europa, uma Frente Única parecida tivesse se concretizado, teria mudado o rumo da história" (O trotskismo na América Latina; pág.25).

O integralismo de Plínio Salgado e seus camisas verdes foram varridos da história pelas organizações operárias paulistas em uma dura luta de rua.

Ao final de 1935, o PC lançará com seu dirigente o militar rebelde Luis Carlos Prestes, um putsch ultra-esquerdista contra Getúlio Vargas. O fracasso da aventura custará caro à esquerda e ao movimento operário brasileiro. Começam as prisões, os exílios, e dois anos depois, em 1937 se instaura o Estado Novo: um regime semifascista com rasgos semipopulistas de Getúlio Vargas. Dos trotskistas somente Mario Pedrosa póde fugir. O grande dirigente operário trotskista Medeiros, morre na prisão.

Mas o trotskismo se reconstruirá lentamente. Alguns como Fulvio quanto retornem de seu exílio, outros como Sacchetta recentemente convertidos às fileiras da IV (quando saiam da prisão) e com a volta de Pedrosa.

Mas essa é uma segunda parte da história que tem também novas rupturas do PC para o trotskismo, como a da poetisa Pagu, Patrícia Galvão, enquanto estava presa, ou a fração encabeçada por José Maria Crispim, deputado do PC, no ano de 1956.









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