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São Paulo

CRISE DA ÁGUA

Brandão chama todos ao ato contra a falta de água dia 1 no vão do MASP

24 Oct 2014   |   comentários

Brandão defende ato contra a falta de água na plenária da Conlutas que convocou manifestação para o dia 01/11 (sábado), às 15hs, no vão do MASP, na Avenida Paulista.

No dia 23/10, na sede do Sindicato dos professores do ensino oficial de São Paulo (Apeoesp), realizou-se a “Plenária de organização da luta pela água em SP”, organizada pela CSP-Conlutas.

A Plenária se realizou no mesmo dia em que a Revisa Fórum divulgou áudio vazado de uma reunião da diretoria da Sabesp, na qual em que a presidenta da empresa, Dilma Pena, admite que a população não foi comunicada como deveria sobre a crise hídrica para não prejudicar a candidatura de Geraldo Alckmin à reeleição.

Presente na mesa, Claudionor Brandão, diretor do sindicato dos trabalhadores da USP (Sintusp), colocou que: “Nossa tarefa central daqui hoje é organizarmos um grande ato em frente única, de forma que coloquemos todos os sindicatos de nossa central e aliados para construir um processo de mobilização e organizar as revoltas que já começam a aparecer em alguns pontos do estado e que fatalmente vão acontecer aqui em São Paulo também na medida em que a situação está se agravando”.

“É necessário que, na medida em que o povo se mobilize, este possa encontrar uma direção organizada que possa fazer com que esse movimento tome corpo, fazer com que a questão da água se torne de fato uma grande causa popular”, disse Brandão, destacando a importância daquela iniciativa, onde estavam presentes correntes de esquerda e lideranças sindicais e populares de São Paulo.

Sobre o programa a ser levantado, o diretor do Sintusp pontuou: “É necessário discutirmos um programa político, um conjunto de propostas, que aponte soluções mais definitivas, mais estratégicas para este problema. De imediato, se faz necessário pensar medidas, como por exemplo, que ao invés de cortar água nas residências e nos bairros de periferia, que se corte a água dos grandes clubes, das piscinas dos grandes condomínios. É necessário que as empresas que utilizam água limpa para refrigerar seus sistemas encontrem outras vias, retirando de seus lucros, mas sem prejudicar nenhum trabalhador, sem colocar nenhum emprego em risco. E isso tudo no marco de combatermos pela estatização completa do sistema de captação, tratamento e distribuição da água. Estatização sob controlados trabalhadores e usuários, pois essa casta de parasitas já provou que não pode administrar e a gestão desse serviço essencial deve ir para as mãos do povo”.

Concluindo, Brandão reforçou a necessidade de mobilizar as bases de cada sindicato da CSP-Conlutas, buscando a aliança com os movimentos populares: “O objetivo nosso aqui hoje precisa ser centrar esforços para verificar entre nós o que cada categoria e cada movimento pode fazer no sentido de fortalecer a mobilização para construir um ato de peso, como parte de um plano de luta que inclua também atos locais nas regiões mais atingidas. Isso vai necessariamente nos levar à necessidade de estabelecer contato não só com os trabalhadores de nossas categorias, mas com setores dos movimentos populares que possam mobilizar moradores nos bairros nas periferias para trazermos gente para rua”.

Para ilustrar como é possível apostar nessa perspectiva, Brandão resgatou a recente experiência da greve dos trabalhadores da USP, onde a aliança com os moradores da região cumpriu um papel fundamental para fortalecer a luta contra a privatização do Hospital Universitário: “Foi citado aqui a nossa greve na USP, onde nós aprendemos que não é tão simples quanto pode parecer, mas que é possível chegar à população usuária. No nosso caso se tratava de mobilizar pessoas para fortalecer o movimento contra a desvinculação e o sucateamento do Hospital Universitário. Foi uma experiência que mostrou que é possível, com paciência e com esforço, chegar à população, buscando a frente única com as direções populares que existem. Devemos apostar nessa perspectiva”.

Como resolução da Plenária ficou estabelecida a convocação de uma ampla manifestação para o dia 01/11 (sábado), às 15hs, no vão do MASP, na avenida paulista.

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