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Balanço das eleições do CACS da PUC-SP e perspectivas

24 Apr 2008 | A chapa Te convido a Lutar (PSTU e independentes) venceu as eleições do CACS. Nós da LER-QI, que impulsionamos a chapa Germinal (2ª colocada) com independentes, queremos fazer um balanço das lutas que envolveram esse processo e apontar perspectivas.   |   comentários

A reitoria da PUC começou o ano com dois objetivos intrinsecamente ligados: atacar o movimento estudantil (ME) com sindicâncias e aprovar o projeto de Redesenho Institucional [1] que foi adiado devido à ocupação de reitoria no final do ano passado, duramente reprimida pela tropa de choque. Diante deste cenário a chapa Germinal soltou um chamado a todos os setores combativos a se unificarem numa chapa única nas eleições do CACS para combater a reitoria, os governistas e a ultra-direita que hoje tem uma expressão concreta na universidade.

Esse chamado à unidade se deve à nossa concepção do papel do Centro Acadêmico (CA), que deve ser um espaço de frente única onde exista um debate vivo entre as diversas posições dos setores combativos do ME. O CA não pode ser um fim em si mesmo, baseado na sua suposta representatividade, mas um meio que impulsione a auto-organização nas salas de aula e fomente a necessidade de lutar contra o atual modelo universitário vigente no país que está a serviço dos exploradores e não dos explorados. Nossa campanha eleitoral esteve subordinada a essa concepção de CA e por isso colocamos todas as nossas forças em construir junto com vários estudantes, com a APROPUC e AFAPUC, o ato-debate contra a repressão no dia 25/03, que contou com a presença de intelectuais como Plínio de Arruda Sampaio do Psol, o Profº Luiz Renato Martins da ECA-Usp e a participação de mais de 500 pessoas.
Os estudantes da PUC sabem que nossa chapa esteve ligada de forma orgânica na construção desse ato-debate, que serviu para discutir a auto-organização, a necessidade de tornar a PUC uma universidade pública e para reorganizar o ME para impedir a votação do Redesenho Institucional, que só conseguiu ser votado em Sorocaba desmoralizando e muito a reitoria. Esse processo desmascarou o governismo que até então vinha acumulando força e contando com o apoio da reitoria em sua campanha.

Sabemos da participação nesse processo de diversos estudantes independentes da chapa Te convido a Lutar ou de seus apoiadores. Porém, lamentamos que o PSTU não tenha construído o ato-debate que foi chave no cenário político da universidade. Além de negar nosso chamado à unidade, o PSTU separou a luta política contra a reitoria da luta eleitoralista pelo aparato.

Por mais que contestemos a lógica com a qual o PSTU encarou as eleições (e não a chapa como um todo), reconhecemos a importância de que não sejam os traidores governistas que estejam no CA e nos consideramos parte dessa vitória. Por isso, conseqüentes com nosso chamado, seguiremos lutando pela unidade no movimento contra a reitoria e seus aliados.

Para responder os ataques que a burguesia coloca para a Universidade, é extremamente necessário termos entidades militantes, que defendam a auto-organização e a aliança com os trabalhadores. É por isso que chamamos os companheiros da Te convido a Lutar a impulsionar conosco eleições de delegados em sala de aula. Só através da auto-organização de todos os estudantes e com uma perspectiva da aliança com os trabalhadores, conseguiremos transformar a estrutura de poder e revolucionar o caráter da universidade de hoje que hoje serve aos ricos, mas não ao povo pobre. Também chamamos os companheiros a transformar em ação o que defenderam no programa de um CA a serviço dos trabalhadores, apontando já a construção do 1º de maio, ligando à necessidade de uma universidade a serviço da classe trabalhadora.

Felipe Campos é estudante de Ciências Sociais da PUC-SP

[1Projeto que visa redefinir as estruturas de poder da universidade de forma mais verticalizada e acabar com os cursos considerados “deficitarios” que não são rentáveis para a Puc-SP.

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