Sexta 29 de Março de 2024

As tarefas e propostas da Liga Estratégia Revolucionária

10 Sep 2004   |   comentários

Como Liga Estratégia Revolucionária ’ Quarta Internacional, queremos ser parte ativa do processo de reorganização da vanguarda, lutando para que este processo se dê em chave revolucionária.

Discutimos na conferência que nossa luta não é somente política e económica, mas também ideológica e que teremos três eixos para a nossa atuação: operário, estudantil e intelectual. Deste ponto de vista, nos propomos a aportar com todas as nossas forças na formação de uma camada de trabalhadores e jovens no marxismo revolucionário, na construção de uma corrente político-sindical que reúna os trabalhadores que querem lutar conseqüentemente contra a influência política da burocracia cutista e do PT, no fortalecimento e consolidação de uma juventude marxista de vanguarda, que seja referência para amplos setores da juventude de todo o país e na inauguração de “Casas socialistas de cultura e política” que sejam verdadeiras referências para os trabalhadores e a juventude.

Nessa situação dinâmica nacional, onde há politização de massas e reorganização e radicalização em setores de vanguarda, os revolucionários precisam cumprir um papel de propagandear a ideologia comunista para amplos setores dos trabalhadores e da juventude.

Continuaremos nossa luta contra toda a ideologia burguesa que domina as universidades e as ideologias “reformistas” que defendem a utopia da “humanização” do capitalismo. É por isso que discutimos lançar uma revista teórica e política com elaborações marxistas, onde avancemos na elaboração teórica sobre os grandes problemas da revolução brasileira e mundial, criticando a intelectualidade de esquerda no Brasil que, em sua maioria, se nega a ter uma relação orgânica com a classe e suas lutas. Resgatar teórico-politicamente a história do movimento operário brasileiro para tirar as lições para o próximo período. Colocar com todas as nossas forças a discussão sobre o marxismo nas universidades. Preencher o enorme vazio de resposta revolucionária da esquerda com relação à questão racial, questão primordial para a formação de um partido revolucionário nesse país, e à questão de gênero, que frente à impotência da esquerda é dominada pelo feminismo burguês.

Editar em português as principais obras dos clássicos do marxismo, principalmente de Trotsky, para fazer chegar a milhares de trabalhadores e jovens as bases principistas do marxismo. E combinado com essas iniciativas, vamos impulsionar em todos os lugares onde estivermos, círculos marxistas que reúna trabalhadores e jovens que despertam para a vida política para que se apropriem da teoria e da política marxista como guia para a ação revolucionária. Com estes círculos queremos nos juntar a aqueles trabalhadores e jovens que querem ajudar a fortalecer uma ideologia comunista proletária, recuperando as melhores tradições dos inícios do movimento operário internacional.

Construir uma corrente político-sindical para se ligar a trabalhadores avançados por uma política classista

Para elevar ao patamar político as lutas dos trabalhadores que vêm se enfrentando com o governo Lula e o PT, discutimos impulsionar uma corrente político-sindical que lute conseqüentemente contra as reformas neoliberais do governo Lula e por um programa operário revolucionário de saída para a crise que contribua para que os trabalhadores brasileiros completem a sua experiência com a independência de classe que foi impedida pelo PT e sua direção burocrática e pequeno-burguesa.

Vários trabalhadores da USP que vêm de uma greve de 65 dias, dos judiciários, metalúrgicos e outros setores estão impulsionando conosco essa política, e são para nós uma tremenda base para a construção de uma corrente político-sindical nacional que se apresente como alternativa para amplos setores de trabalhadores da vanguarda de todo o país. Com essa corrente, iremos lutar por sindicatos classistas, anti-burocráticos e militantes, onde os ativistas e trabalhadores se transformem em novos dirigentes operários combativos e classistas. Que esses sindicatos se elevem à luta política, a luta pelos interesses do conjunto da classe trabalhadora e não apenas das “categorias” , para lutar verdadeiramente pela unificação dos setores que estão dispostos a travar uma luta conseqüente contra a burocracia cutista e o governo. Para isso, será necessário combater todo sectarismo das correntes que preferem manter seus “feudos” a unificar as forças do grande proletariado brasileiro para que materialize a sua potência de classe capaz de aliar-se a todos os explorados do país para dirigir a luta pelos interesses de classe contra essa sociedade capitalista que condena milhões à fome e à degradação social para sustentar a ganância de uma minoria exploradora.

Uma nova juventude marxista para se ligar à classe operária

Amplos setores da juventude secundarista vêm se organizando espontaneamente nos quatro cantos do país, superando em importante medida os obstáculos que impõe as direções burocráticas, ocupando as ruas e se enfrentando com a polícia na luta pelo passe livre. Apesar das direções governistas que querem impor a reforma universitária privatista do governo, os estudantes universitários vêm mostrando a sua disposição para barrar a reforma universitária. Na juventude explorada e oprimida, que tem uma importante expressão no movimento hip hop, diversos setores questionam a política do governo de tentar calar o grito de revolta com “diálogo” .

Lutaremos ativamente por um pólo anti-burocrático nacional que rompa com a UNE/UBES e construa uma nova entidade nacional, que supere todas as direções governistas e burocráticas. Queremos organizar os estudantes que querem colocar seu conhecimento a serviço dos explorados e não da política burguesa e do PT.

Essas resoluções são produto da rica discussão que fizemos para nos fortalecer e consolidar uma forte juventude marxista.

Casas Socialistas: um lugar para os jovens e os trabalhadores conhecer e discutir cultura, política e socialismo

Para criar espaços para os trabalhadores e a juventude fazerem política, cultura e se integrarem socialmente, discutimos inaugurar “Casas socialistas de cultura e política” . Porque não nos conformamos que enquanto os trabalhadores e jovens não têm esses espaços e só tem como alternativa ficar em casa, ir para o bar ou para a igreja, as organizações que se dizem revolucionárias mantém as suas sedes de portas fechadas ou como meros comitês eleitorais.

Essas são algumas das tarefas que nos colocamos como Liga Estratégia Revolucionária, a partir da nossa II Conferência Nacional. Infelizmente, outras correntes como o PSTU e o PSOL, que têm muito mais recursos humanos e materiais e poderiam impulsionar iniciativas como essa, muito mais amplamente, não se dão essa tarefa.

Chamamos todos aqueles trabalhadores e jovens que têm acordo com as nossas propostas e que estejam dispostos a contribuir ativamente na retomada das melhores tradições da teoria e da prática do marxismo revolucionário e sua estratégia revolucionária de destruição do Estado burguês e construção de uma república operária e socialista como transição para a necessária sociedade sem classes, sem explorados nem exploradores, para verificarmos os caminhos para unificar as nossas forças e dar passos juntos, aportando para a construção de um forte partido revolucionário no Brasil.









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