Sexta 19 de Abril de 2024

Juventude

JUVENTUDE

As tarefas do movimento estudantil da UNESP

21 Aug 2013   |   comentários

Os estudantes da UNESP atuaram exemplarmente construindo greves e ocupações durante três meses, questionando a atual universidade que serve aos interesses da iniciativa privada.

c Os eixos da mobilização foram e são: permanência estudantil, democratização do regime interno da universidade, por um projeto de cotas para negros e indígenas como parte da luta pelo fim do vestibular, denunciando o projeto apresentado pelo governo do PIMESP (Programa de Inclusão por Mérito do Estado de São Paulo), que longe de ser um projeto de inclusão, acaba por ter como único objetivo a formação técnica de milhares de jovens que sonham em entrar na universidade publica.

No meio de junho ocupamos a reitoria da UNESP e arrancamos em negociação, com documentos assinados, que toda a demanda de bolsas socioeconômicas fosse atendida, que seria politica da reitoria a construção de novos prédios de moradia e restaurantes universitários, verba destinada para os cursinhos alternativos da UNESP e uma comissão permanente de permanência estudantil que funcionará em regime paritário, além de abrirmos novas reuniões de negociação da reitoria com os funcionários e professores.

O movimento estudantil em plenária do DCE realizada em julho definiu por reocupar a reitoria por ainda termos reivindicações pendentes como a definição do plano de obras destinados a permanência estudantil, barrar as sindicâncias abertas em Araraquara e Franca, a legalização do DCE e a participação estudantil no conselho universitário. Ocupamos novamente a reitoria no dia 16 de julho e a resposta da reitoria foi a reintegração de posse sem mandato judicial e nenhum diálogo de negociação com os estudantes.

Após as conquistas e a reorganização do movimento estudantil através do método de greve, ocupação, plenárias de todos os campi, assembleias locais, que ainda resiste bravamente nos campi da Unesp, e com greve e ocupação no campus de Franca e greve estudantil por curso em Bauru, os funcionários olham os métodos utilizados por nós com simpatia, pois os métodos radicalizados a serviço de objetivos claros viabilizaram conquistas importantes. A greve dos funcionários continua, pois a reitoria ainda se coloca numa postura totalmente intransigente, e já ameaça cortar o ponto dos trabalhadores nos próximos dias. Os estudantes em todas as assembleias realizadas até agora deliberaram apoio total aos funcionários, e em Marília, compondo os trancaços, piquetes e atos para não deixarmos os funcionários isolados, fortalecendo a aliança entre trabalhadores e estudantes. Chamamos o conjunto dos estudantes a se colocarem em solidariedade a greve e contra o corte de ponto.

Hoje, temos como movimento estudantil da UNESP tarefas concretas como impedir a repressão politica tanto da reitoria, que abriu um boletim de ocorrência contra os estudantes que ocuparam a reitoria, quanto de alguns professores e das direções locais. Mas nossa campanha é junto aos movimentos sociais e de trabalhadores. Expressão disso foi o ATO-plenária contra a repressão, realizado em São Paulo no dia 15/8, que reuniu mais de 300 pessoas debaixo de chuva e frio.

No último conselho de entidades estudantis da UNESP tiramos como uma das resoluções principais além da campanha contra a repressão, a construção do dia 30 de agosto, dia de paralisações e mobilizações nacionais que esta sendo chamado pelas centrais sindicais em respostas às grandes mobilizações em julho. Devemos construir o dia 30 numa perspectiva de dialogar com a juventude trabalhadora, de tornar orgânica a bandeira de aliança entre estudantes e trabalhadores. Em Marilia, a partir da assembleia geral estamos construindo o comitê operário estudantil que tem como objetivo construir o dia 30 de agosto e um festival que tem como tema a denuncia da repressão policial, o Festival “Cadê o Amarildo?” busca se aliar com a juventude da periferia que sofre cotidianamente com a repressão policial e a precarização da vida.

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