Quarta 24 de Abril de 2024

Internacional

FRENTE DE ESQUERDA E DOS TRABALHADORES NA ARGENTINA

Argentina: Comunicado da Frente de Esquerda diante da crise social, política e policial

17 Dec 2013   |   comentários

Os motins das forças de segurança exigindo aumentos salariais (e em alguns casos impunidade para funcionários com medidas disciplinárias e exonerados), os saques e suas seqüelas de mortos são o emergente do final do ciclo kirchnerista, marcado por uma crise social e política.

Os motins das forças de segurança exigindo aumentos salariais (e em alguns casos impunidade para funcionários com medidas disciplinárias e exonerados), os saques e suas seqüelas de mortos são o emergente do final do ciclo kirchnerista, marcado por uma crise social e política. Os governadores, com o aval do governo nacional, saíram com toda pressa a fechar o levantamento policial outorgando aumentos de salários que em muitos casos equivalem a 100%. Isto contrasta com o teto de 18% e 20% que o governo e as patronais querem impôr aos trabalhadores, utilizando o salário como "uma âncora para a inflação".

Para além dos discursos, os governadores e o governo nacional rapidamente cederam às reivindicações dos policiais, porque precisam ter uma força de choque pronta para enfrentar aos trabalhadores que saem e sairão para a luta contra a desvalorização dos seus salários pela via inflacionária. A Frente de Esquerda ratifica sua defesa do desmantelamento das forças repressivas.

A Frente de Esquerda denuncia também os "acordos democráticos" que se apressaram a assinar os partidos do governo, a oposição tradicional e a centro-esquerda, pretensamente contra a "extorsão" policial, porque esses acordos escondem a responsabilidade do governo e desses partidos na política de repressão à juventude e ao "gatilho fácil", e pela cumplicidade com o delito organizado. Afirmamos assim mesmo que esses "acordos democráticos" apontam a alertar aos trabalhadores contra qualquer tentativa operária de reclamar um salário mínimo de $8.500.

Denunciamos a tentativa de superar a crise policial mediante o desdobramento da Gendarmeria do "Projeto X" (escandaloso sistema de espionagem contra lutadores sociais, NdT). Em função da experiência de crises anteriores, alertamos contra a intenção de aproveitar estes fatos para reforçar as Forças Armadas e impor a nomeação de Milani, e inclusive declarar estado de sítio.

Uma das expressões mais agudas desta crise de final de ciclo é o crescimento da inflação, que pulveriza o salário dos trabalhadores, a metade dos quais trabalha sem carteira assinada e com salários que não chegam ao 50% da cesta familiar. Frente a esta situação, a Frente de Esquerda apóia todas as lutas dos trabalhadores em curso e reclama o estabelecimento imediato de um salário mínimo e móvel de 8.000 pesos para todos os trabalhadores sem distinção, e de 82% móvil do último salário para todos os aposentados. Dinheiro tem, que ele não seja destinado a indenizar a Repsol nem a pagar a fraudulenta dívida externa. Que vá para as urgentes necessidades dos trabalhadores e o povo.

Advertimos contra a ilusão de que esta crise policial transformou as forças de segurança em aliadas dos trabalhadores, ou que se quebrou sua função repressiva. Aqueles que pensam assim, serão desmentidos em tempo recorde pelos próprios acontecimentos. Nesta linha se inscreve a incrível e injusta condenação aos trabalhadores petroleiros de Las Heras, com várias penas de prisão perpétua, um golpe para aterrorizar os que lutam.

O acordo selado no Congresso frente a esta crise por todos os partidos com representação parlamentária, com a única exceção da Frente de Esquerda, mostra uma "santa aliança" da classe capitalistas e seus representantes políticos contra os aumentos salariais. O seu medo é a propagação da luta em toda a classe operária por um salário mínimo igual ao custo de uma cesta familiar e contra o trabalho precário e sem carteira.

As burocracias sindicais somaram-se a este pacto chamando-se ao maior dos imobilismos, e se apoiando nas divisões existentes entre as filas operárias e dos explorados.

A Frente de Esquerda chama ao movimento operário a exigir aos sindicatos e centrais operárias uma imediata paralização nacinal, com mobilização à Plaza de Mayo, como parte de um plano de luta por todas as suas reivindicações e as do resto da nação explorada e oprimida, contra o fortalecimento do aparelho repressivo do Estado e pela imediata absolvição aos trabalhadores petroleiros de Las Heras.

Frente de Esquerda e dos Trabalhadores
Partido Obrero - Partido de los Trabajadores Socialistas - Izquierda Socialista

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Nicolás del Caño (0261) 470 6345 | @NicolasDelCano | Página oficial

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