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Aprovou-se a reacionária lei anti-sindical e de arrocho fiscal em Wisconsin, mas as mobilizações continuam!

21 Mar 2011   |   comentários

O governo proto-fascista do Tea Party (republicano) de Scott Walker aprovou finalmente a lei anti-sindical e de recorte orçamentário no Estado de Wisconsin, Estados Unidos. Após quase um mês de mobilização dos professores do Estado e dos trabalhadores públicos, com o apoio dos estudantes, numa dura queda de braço também pelo alto entre republicanos e democratas – com forte presença de Obama -, Walker cumpriu com sua plataforma reacionária para enfrentar a crise capitalista.

Numa crise histórica de aumento do déficit público, com uma previsão de momento mais crítico desde 1945 para os EUA, o governo de Wisconsin impôs, por cima da opinião pública que apoiava aos trabalhadores, aos sindicatos somente o papel de negociador coletivo salarial (mesmo neste caso são proibidos acordos superiores ao índice inflacionário), proibindo o direito de greve e tornando o instrumento dos trabalhadores um mero negociador de mesa com os governos e os patrões. Não bastasse, aumentou os impostos aos trabalhadores, o que lhes custará cerca de 8% do salário, e recortou o orçamento a ponto de levar a uma diminuição brutal do efetivo de trabalhadores públicos.

O caso de Wisconsin tornou-se debate nacional e já vem sendo copiado em Estados como Ohio e Indiana e ao todo 17 Estados pretendem aprovar a mesma medida. Assim, o debate posto à mesa se apresenta como a principal plataforma contra Obama e os democratas para as eleições de 2012. O Tea Party e a onda republicana que no ano passado impôs uma derrota ao governo democrata, elegendo-se sobre um discurso reacionário, tenta desta maneira levar os EUA a uma onda direitista se preparando com as mãos de ferro para enfrentar os trabalhadores num processo que possivelmente se torne mais de massas como anuncia a crise capitalista. Ou seja, preparar as bases para um governo mais bonapartista de ultra-direita para atacar os trabalhadores é a plataforma em jogo.

Os sindicatos historicamente ligados aos democratas se colocaram contra as medidas de ataque, pois para além de enxergarem a medida enquanto redutora de seu importante poder político, já se preparavam também para ganhar força diante das eleições de 2012. Os deputados democratas que chegaram a sair do Estado para boicotar a votação, obrigados a voltar pela polícia de Walker, prometeram recolocar o debate no Congresso estadual para fazer retroceder a lei assim saírem vitoriosos diante a opinião pública.

Há entretanto, um terceiro ator que coloca em desespero aos dois lados das alturas: os trabalhadores. Desde as lutas contra a Guerra do Vietnã na década de 1970 que não se viam mobilizações tão importante (chegando a colocar 100 mil nas ruas) como as que seguem acontecendo ainda depois da aprovação da lei. Os revolucionários nos colocamos pela defesa incondicional dos sindicatos - enquanto ferramenta histórica de combate dos trabalhadores - contra o ataque do governo. Batalhamos ao mesmo tempo, para que os trabalhadores e a juventude travem esta luta independente dos governos, patrões e mesmo das direções sindicais burocratas e governistas. É preciso que os trabalhadores defendam o sindicato e o retomem para sua luta e sob seu próprio controle, para assim se armarem para os combates de classes que a etapa histórica que se abre anuncia.

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