Quarta 24 de Abril de 2024

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Aliança dos trabalhadores e da população para barrar o aumento das tarifas e as demissões nos transportes!

03 Jan 2015   |   comentários

O ano de 2015 inicia com uma notícia já esperada por grande parte da população: o aumento das passagens de ônibus e metrô. Orquestrado pelos governos municipal do PT, do prefeito Fernando Haddad, e estadual do PSDB é tratado com cinismo pelo governador Geraldo Alckmin que declarou ser "natural" o reajuste.

O ano de 2015 inicia com uma notícia já esperada por grande parte da população: o aumento das passagens de ônibus e metrô. Orquestrado pelos governos municipal do PT, do prefeito Fernando Haddad, e estadual do PSDB é tratado com cinismo pelo governador Geraldo Alckmin que declarou ser "natural" o reajuste, pois as tarifas não sofreram alteração nos anos de 2013 e 2014, anunciando que as passagens de ônibus, metrô e trens subirão no dia 6 de janeiro para R$3,50, garantindo assim o lucro bilionários dos empresários da indústria de transportes.

Combinado a este grande ataque ao conjunto da classe trabalhadora paulistana, o governador Geraldo Alckmin volta a demitir no dia 24 de dezembro de forma cruel e arbitrária 23 metroviários que lutaram bravamente em junho deste ano por melhores condições de trabalho e transporte, e que atualmente trabalhavam com uma liminar enquanto aguardam o julgamento do processo para final de janeiro/início de fevereiro.

Ao mesmo tempo em que se lança um ataque aos bolsos da população, se ataca novamente o direito de greve e de mobilização dos trabalhadores do transporte público, que no ano de 2014 fizeram história no país com uma forte greve de metroviários de SP e rodoviários de Porto Alegre e São Paulo dentro da maior onda de greves no país, que não se via há mais de 20 anos. Ainda por cima, está previsto para início de 2015 a demissão dos cobradores de ônibus na cidade de São Paulo com a velha desculpa de que é necessário diminuir as despesas, deixando sem emprego mais de 20 mil trabalhadores dos transportes.

Quase dois anos se passaram após as manifestações de Junho que pararam o país e levaram as ruas uma juventude que exigia demandas como educação, saúde e transporte de qualidade. Junho conquistou a redução da tarifa. Hoje o governo promete passe livre a estudantes da rede pública e alunos de baixa renda da rede particular em fevereiro, mas nem de longe essas ações significam melhorias no transporte público de SP, se trata de uma resposta do governo às manifestações de junho de 2013, e o medo que por trás a burguesia e a patronal possuem que surjam novamente massivas manifestações que levantem o questionamento dos partidos dominantes.

Decisões como essa só servem para mascarar problemas antigos e já conhecidos por aqueles que se utilizam dos ônibus e Metrô super-lotados, e a cada dia mais precários. O governo e os patrões então abrem mão de uma concessão para poder atacar os trabalhadores com o aumento da tarifa e demissões nos transportes. Com o aumento da tarifa no Estado de São Paulo apenas os lucros da máfia do transporte estarão sendo garantidos, enquanto os trabalhadores do Metrô e rodoviários seguem sendo atacados!

A população que utiliza transporte público não aguenta mais esta situação, assim como os trabalhadores do transporte, que aos olhos do governo são tratados como lixo! As duríssimas demissões no último dia 24 de dezembro foram uma afronta aos metroviários, que agora no próximo mês serão obrigados a vender passagens mais caras para a população com a mesma qualidade precária que se encontramos o Metrô de São Paulo anteriormente.

As manifestações massivas de junho devem ser retomadas pois elas provaram que é possível vencer e colocar na defensiva aqueles que dominam o regime político. Mas para se transformar o regime é necessário questionar mais de fundo a estrutura privatista dos transportes (sem subsídios, falta de investimentos, terceirização e privatização), sendo fundamental que a classe trabalhadora intervenha neste processo de forma organizada desde os locais de trabalho, mostrando que ela, junto a população, podem tirar os transportes dos patrões e suas máfias.

Junho pode ter sido suficiente para barrar o aumento, mas com a presença da classe trabalhadora nesta luta pode realizar a estatização dos transportes sob controle dos trabalhadores e usuários. Os metroviários e os trabalhadores dos transportes devem tomar a demanda pelo não aumento das passagens nas suas mãos, em busca de concretizar efetivamente a aliança com a população e trazê-la para o "nosso lado", o lado dos trabalhadores, pois somente esta aliança junto à população, a juventude de Junho e junto aos trabalhadores de várias outras categorias fortalecerá a campanha pela readmissão de todos os metroviários demitidos! Esta luta está intrinsecamente ligada pela luta pela estatização dos transportes sob controle dos trabalhadores e da população, pois não há ninguém melhor do que os usuários e trabalhadores do transporte para discutir os rumos do transporte no país, por sermos nós que o controlamos e os utilizamos na prática cotidiana, e tomar das mãos dos políticos corruptos que apenas lucram às nossas custas!

As mobilizações que podem surgir pela questão do transporte, além de estar no “clima de junho”, inaugura um novo ano em que trabalhadores, juventude e a população tem que se preparar para grandes batalhas frente aos ajustes que virão dos governos, como o que Dilma já anuncia cortando já no início do ano mais de 18 bilhões em direitos trabalhistas como auxilio doença, previdência, etc. Fazemos um chamado à esquerda (PSTU, PSOL, MPL, entre outros) e aos sindicatos a formar uma grande frente-única para combater o aumento das passagens, as demissões dos metroviários e dos cobradores de ônibus, nos unindo contra os ataques dos governos e dos patrões!

Além disso propomos aos Sindicato dos Metroviários as seguintes reivindicações:

 Convocação de setoriais na base da categoria que construam um plano de luta baseado no não aumento da tarifa, no combate às demissões no Metrô e dos cobradores de ônibus e estatização dos transportes sobre controle dos trabalhadores e usuários do transporte,

 Publicação da chamada dos atos no site e materiais do sindicato, e panfletagem de material a população colocando a questão da tarifa e das demissões,

 Incorporar os atos contra o aumento das passagens, com um bloco denunciando as demissões, e que estes atos ocorram nos dias das audiências dos demitidos do Metrô!

 Exigência às centrais sindicais (CUT, Força Sindical, CTB, UGT, etc) que hoje se beneficiam de relações de privilégios com governos (as burocracias sindicais) rompam com o governo e se somem à nossa luta, compondo o ato chamado pelo Movimento Passe Livre dia 9 de janeiro, em frente ao Teatro Municipal, às 17h!

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