Quinta 18 de Abril de 2024

Internacional

DESVALORIZAÇÃO DO PESO E INFLAÇÃO NA ARGENTINA

Abaixo a desvalorização e o ajuste

30 Jan 2014   |   comentários

A violenta desvalorização da moeda imposta pelo Governo nacional de Cristina, é um golpe contra os trabalhadores, empregados e desempregados.

A violenta desvalorização da moeda imposta pelo Governo nacional de Cristina, é um golpe contra os trabalhadores, empregados e desempregados. Coloca mais lenha na fogueira de uma inflação que está consumindo as rendas populares. A desvalorização se soma ao aumento nos preços das tarifas no transporte e outros ajustes, como o da gasolina. E é ainda, um prêmio para os grandes empresários, já que deve contrair os níveis dos salários. A intenção desse ajuste foi denunciada pela nossa Frente de Esquerda durante a campanha eleitoral de outubro.

A carestia, especialmente nos preços dos alimentos, teve um novo salto. O recém anunciado "Progresar", que é uma farsa para a juventude que quer estudar e trabalhar, já nasceu desvalorizado. A desvalorização da moeda aumentará o peso da dívida externa sobre o conjunto do Estado Nacional e das províncias, cujas dívidas estão atreladas ao preço do dólar, o que no fim será pago pelos trabalhadores e o povo. O aumento da taxa de juros significará a falência dos trabalhadores endividados e uma retração do crédito e da economia, com sua ameaça de suspensões e demissões. Mesmo assim, o Governo está endividando novamente a Argentina com o capital financeiro internacional, e malversando o fundo de garantia da ANSES. As reservas seguem caindo para assegurarem o pagamento da dívida externa usurária, de acordo com as exigências do imperialismo, o FMI e o Clube de Paris.

A desvalorização agravará também a fatura do esvaziamento energético, por meio das importações de combustíveis. O acordo com a Chevron e outros monopólios petrolíferos estabeleceram desde então a dolarização do preço dos combustíveis, um "tarifazo" (ajuste nos preços das tarifas) permanente. A desvalorização beneficia aos monopólios agrícolas de cereais e industriais exportadores e à massa de especuladores da bolsa, mas acentuará todos os desequilíbrios da economia nacional. Será agravado o déficit internacional da Argentina e aumentará a dependência financeira do país com relação ao capital estrangeiro e nacional. Os Massa, Scioli, Cobos, Binner e Macri saudaram a desvalorização e o aumento nos juros, e querem uma completa liberdade para o mercado de capitais, assim como, as corporações patronais. Todos eles, assim como o governo nacional e os governadores provinciais, apostam em colocar um teto para as discussões salariais nas datas-base.

Aqueles que promoveram este ajuste gigantesco, no entanto, estão perturbados por um pesadelo ainda maior: o medo da reação dos trabalhadores. Diante da crise, os trabalhadores teremos a possibilidade de impor nossa iniciativa. Todas as lutas parciais dos últimos meses foram ganhas pelos trabalhadores. A burocracia sindical, porém, freia a mobilização dos sindicatos para um aumento geral dos salários e aposentadorias, e freia também o adiantamento das discussões nas datas-base, deixando passar o ajuste.

A situação atual exige às comissões internas a criação de corpos de delegados e sindicatos antiburocráticos e combativos que realizem assembleias, plenárias e reuniões de ativistas rumo a um reagrupamento e coordenação nacionais, onde se tirem resoluções de programa e luta. Esta atividade mostrará ao conjunto do movimento operário que se estão preparando as condições de resposta, exigindo também aos sindicatos e às centrais operárias (CGT e a CTA) que imediatamente convoquem plenárias de delegados mandatados para votarem planos de luta e um plano de luta de conjunto. A Frente de Esquerda se compromete a colocar todas as suas forças no movimento operário a serviço desta perspectiva.

Nossas reivindicações são claras: um salário mínimo igual ao custo da cesta básica familiar, hoje me 10 mil pesos; pela indexação mensal dos salários e das aposentadorias; pelo 82% móvel para aposentados; proibição de demissões e férias coletivas (suspensão do trabalho): repartição das horas de trabalho sem mudança de salário. Abaixo à precarização do trabalho: efetivação de todos os trabalhadores com contratos precários. Nenhum "tarifazo": pela abertura dos livros de contabilidade de todas as concessões do governo; pela reestatização sob controle dos trabalhadores e dos usuários da energia e do transporte, sem indenização (Repsol, Edenor, Edesur, Cirigliano, Metrovías e outras empresas). Pela abertura dos livros de contabilidade, e controle operário e popular dos monopólios alimentícios e comerciais formadores de preços.

 
Frente a esta mobilização, reivindicamos o não pagamento da dívida externa usurária e fraudulenta; a nacionalização, sem indenização, e o monopólio estatal dos bancos e do comércio exterior.

Que a crise seja paga pelos capitalistas; por um plano econômico e político dos trabalhadores. Por congressos de base no movimento operário para discussão de um programa e um plano de luta em defesa de todas as reivindicações operárias, contra a política de ajuste de tarifas do governo.

FRENTE DE ESQUERDA E DOS TRABALHADORES

Partido Obrero – PTS – Izquierda Socialista

28/01/2014

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