Quinta 18 de Abril de 2024

Movimento Operário

GRANDE GREVE DO METRÔ DE ATENAS

A "democracia" grega ataca o movimento operário com leis e métodos da ditadura

15 Jan 2013 | (Foto: cartaz de apoio à greve dos trabalhadores do metrô de Atenas. "Sua luta é nossa luta também. Todos à rua")   |   comentários

Na primeira hora da sexta feira, 25 de janeiro (4 hrs na Grécia), agentes anti-distúrbio irromperam nas garagens do metrô de Atenas para desalojar os trabalhadores. Nesse dia, os trabalhadores começavam seu nono dia de greve, desafiando o governo, a patronal e o poder judicial. A ação dos anti-distúrbios se completou com um operativo policial que bloqueou as ruas de acesso, para que as pessoas e trabalhadores solidários à greve não pudessem chegar (...)

Na primeira hora da sexta feira, 25 de janeiro (4 hrs na Grécia), agentes anti-distúrbio irromperam nas garagens do metrô de Atenas para desalojar os trabalhadores. Nesse dia, os trabalhadores começavam seu nono dia de greve, desafiando o governo, a patronal e o poder judicial. A ação dos anti-distúrbios se completou com um operativo policial que bloqueou as ruas de acesso, para que as pessoas e trabalhadores solidários à greve não pudessem chegar as garagens em apoio aos grevistas. Durante a violenta desocupação, foram presos vários trabalhadores do metrô.

No dia anterios, o governo de Samaras havia advertido que procederia com a prisão dos trabalhadores que não cumprissem a ordem de voltar ao trabalho. Declarou o ˜estado de emergência˜ em relação à greve e emitiu uma ordem de ˜mobilização civil˜ forçosa para obrigar os trabalhadores a retomar o trabalho. Os que não o fizessem poderiam ser demitidos, detidos e presos. A polícia levaria a ordem porta a porta nas casas de cada um dos 2500 trabalhadores. Mas os trabalhadores decidiram desafiar essa ameaça e continuar com a greve, entrincheirando-se durante a noite da quinta-feira, 24, nas garagens do metrô, esperando para resistir à desocupação.

A grevehavia sido declarada ilegal dias antes pelo poder judicial, quando os trabalhadores se negaram a cumprir os “serviços mínimos” que exigia o governo e a empresa privada que gere o serviço. É que a armadilha dos “serviços mínimos” não é nada além de um recurso para liquidar o direito a greve nos setores estratégicos como o transporte. Desafiando esta imposição patronal, os trabalhadores paralisaram um dos principais meios de transporte da cidade de Atenas durante mais de uma semana.

Se atacam um, atacam todos

Em solidariedade com os trabalhadores do metrô e em repúdio à repressão, na mesma sexta, 25/01, levou-se adiante uma greve total do transporte público (incluindo ônibus, bonde e trólebus) em Atenas. Novas greves do setor de transporte estão anunciadas para terça, dia 29 e quinta, dia 31 de janeiro, incluindo os trens dos arredores,

Os trabalhadores estão lutando contra a tentativa do governo de lhes baixar os salários, como já foi feito com o resto dos trabalhadores públicos, e contra a eliminação do convênio coletivo do metrô. Os rebaixamentos salariais poderiam chegar a 50% em alguns casos (25% em média).

A repressão e a ordem de “mobilização forçosa” gerou o repudio de amplos setores e dos trabalhadores e forças políticas da esquerda, que acusaram o governo de estar utilizando métodos da ditadura militar. Enquanto que em contrapartida, o social-democrata PASOK, integrante da aliança de governo, apoio a decisão de Samaras e definiu como ˜inaceitável˜ a greve. A medida de ˜emergência˜ decretada pelo governo se embasa em uma lei de 1974 (ano em que caiu a ˜ditadura dos Coronéis˜) e depois emendada em 2007, que permite poderes extraordinários ao governo e à polícia para forçar os grevistas a voltarem ao trabalho. Ironicamente, Antonis Stamatopoulos, o presidente do sindicato de trabalhadores do metrô declarou que ˜a junta militar da ditadura era comunista perto desse governo˜.

Apesar de que com a repressão o governo conseguiu momentaneamente desarmar a greve, os grêmios do transporte já anunciaram novas medidas de luta para a próxima semana. A luta dos trabalhadores do Metrô na Grécia é um exemplo de combatividade para todos os trabalhadores gregos, desafiando a imposição dos “serviços mínimos” e a ordem judicial que tornou ilegal a greve. Por sua vez, a greve em solidariedade de todo o transporte público é outro exemplo para todos os trabalhadores de como forjar a unidade e solidariedade na luta.

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