Quinta 25 de Abril de 2024

Juventude

A UNESP de Marília paralisa contra a brutal repressão aos estudantes da USP! “PM a culpa é sua! Hoje a aula é na rua!”

11 Nov 2011 |   |   comentários

Depois da paralisação do curso de Ciências Sociais e o ato na direção da UNESP/Marília poucas horas após a militarização da USP e a prisão de 73 estudantes na USP, os estudantes da UNESP de Marília decidiram em Assembléia Geral realizada na noite da terça-feira, com a presença de mais de 300 estudantes, paralisarem nesta quarta-feira (09/11) todas as aulas em resposta a brutal repressão sofrida pelos estudantes ocupados na Reitoria da Universidade de São Paulo.

Além da paralisação das aulas, seguindo deliberação da assembléia geral, os estudantes piquetearam a entrada da universidade, paralisando todo o campus. Logo pela manhã os estudantes fecharam o portão da universidade e o forraram com faixas e cartazes denunciando a repressão aos estudantes da USP e exigindo a imediata retirada da PM das universidades, escolas morros e favelas. Os estudantes em piquete buscavam responder a altura o ataque da PM e do governo do Estado de São Paulo contra os militantes políticos e movimentos sociais, em coro os estudantes gritavam “PM a culpa a sua, hoje a aula é na rua!”.

O número de estudantes só cresceu na parte da tarde e o piquete ser fortaleceu mesmo com os ataques da burocracia acadêmica que tentou como nas ultimas manifestações responsabilizar os estudantes pelos “prejuízos” que estaria sofrendo a unidade fechada. A mídia da cidade, que na parte da manhã tinha aparecido na manifestação, seguindo a linha da imprensa nacional contra a luta dos estudantes da USP, já tinha começado os ataques a manifestação, o reacionário “Balanço Geral” da TV Record chamava a prisão “aos estudantes privilegiados que traziam prejuízos para toda a população”.

Mas ao contrário disso, os estudantes em luta na USP, e o nosso apoio desde a UNESP, tem o caráter de uma luta para democratizar realmente a universidade, livrando-a da polícia que reprime os filhos dos trabalhadores, terceirizados, e moradores do CRUSP, e que persegue os estudantes e trabalhadores que se mobilizam. Por isso, nos mobilizamos por uma universidade sem polícia, mas também pelo fim do vestibular, filtro de classe que impede aos filhos dos trabalhadores entrarem na universidade, e pela estatização das universidades particulares.

Os ataques da burocracia e da mídia não fizeram os estudantes recuar, e no começo da noite cerca de 200 estudantes realizaram mais um debate durante o piquete que realizavam nos portões da universidade sobre o papel que cumpre hoje a militarização da USP e a repressão nas universidades, escolas, favelas ressaltando a importância de se colocar em solidariedade ativa, para combater o cerco reacionário da mídia contra o movimento estudantil, que além dos 73 presos políticos da USP, e os já existente processos administrativos e judiciais contra estudantes e trabalhadores, a UNESP como um todo sofre com mais de 50 sindicâncias e passou pela repressão da mesma Tropa de Choque em 2007 quando da desocupação da diretoria da UNESP de Araraquara, quando mais de 100 estudantes foram fichados e levados a delegacia, por lutar contra os decretos que atacavam a universidade pública no então mandato do governador José Serra.

Durante todos os debates e o piquete, ficava claro o caráter da PM e das forças repressivas do Estado, o papel nefasto que cumpre não só dentro das universidades, mas também no extermínio cotidiano da juventude negra nas periferias, e aos trabalhadores. A PM tem como função histórica a repressão a classe trabalhadora, movimentos sociais e a juventude, perseguindo os setores historicamente oprimidos, como o povo negro - legitimando suas ações nos morros com o racismo descarado – e atacando os setores GLBT e as mulheres. Portanto, a polícia é que constitui uma ameaça. Ela é a verdadeira invasora na universidade, nunca os estudantes que lutam contra o projeto de universidade elitista e racista que existe no país.

A paralisação que se manteve durante todo o dia terminou com o chamado à continuidade do apoio ativo aos estudantes da USP que entraram em greve e uma nova assembléia para próxima semana buscando expandir o debate na universidade e construir um apoio ainda maior contra a repressão dentro e fora das universidades!

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