Sábado 20 de Abril de 2024

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A Gestão do DCE (PSTU), desconfortável entre seus aliados eleitoreiros e os setores combativos...

26 Sep 2009   |   comentários

Durante a greve do 1º semestre, e principalmente após a militarização e repressão que desferiu a reitoria a mando do governador Serra, os trabalhadores da USP passaram a discutir a necessidade de impulsionar uma ampla campanha pela democratização radical da universidade e contra a repressão.

Logo no começo do segundo semestre, com a participação do Sintusp, da ADUSP e da diretoria do DCE, começamos a discutir a necessidade de que a anti-candidatura de Chico de Oliveira devesse ter alguns pontos programáticos fundamentais como a reintegração de Brandão, contra a repressão e o fim da terceirização. Após a greve, a categoria votou amplamente para representantes do Co. um programa de dissolução desse órgão, responsável pela “legalidade” da repressão e da entrada da polícia no campus e pela Estatuinte Livre e Soberana. Nós da LER-QI apoiamos o programa progressivo adotado pelos trabalhadores e seu sindicato, aprovado em assembléias, comando de greve e reuniões do CDB, como elementares para instaurar um regime democrático dentro da USP, onde possam efetivamente dirigi-la aqueles que trabalham, estudam e ensinam, e não um punhado de burocratas acadêmicos que administram o milionário orçamento e toda a estrutura de funcionamento da universidade. Como conclusão, só poderíamos então propor que a candidatura de Chico de Oliveira fosse uma candidatura de protesto e denuncia deste regime. Por tudo isso, decidimos expressar nosso repúdio e o rechaço as eleições, chamando o boicote ativo ao processo oficial e qualquer tipo de consulta que tenha por finalidade supostamente democratizar a escolha do reitor, e não combater a estrutura de poder reacionária do regime universitário de conjunto.

... prepara a ruptura com a candidatura de protesto de Chico de Oliveira

A política da diretoria do DCE (PSTU) foi, desde o início, que a candidatura de protesto de Chico de Oliveira tivesse um programa mínimo, com centralidade para diretas já paritárias, consulta ou plebiscito e luta contra a Univesp. Nós da LER-QI apoiamos os combativos trabalhadores da USP e seu sindicato que rechaçaram a política de participar de qualquer consulta que seja um meio termo entre a burocracia acadêmica e a radicalização da democracia. O PSTU desistiu então de apoiar a consulta mas manteve no eixo de sua política as eleições diretas paritárias, enquanto ADUSP se retirou da frente. Ainda que as diretas seja uma demanda congressual dos estudantes e trabalhadores, estes últimos, como conclusão de sua experiência combativa, adotaram um programa mais avançado, não colocando as diretas como eixo central da campanha e defendendo o voto universal, sendo que o PSTU adaptado ao PSOL. Mesmo que tenhamos conseguido avançar em um programa progressivo em conjunto, infelizmente agora o PSTU defende impulsionar um plebiscito por diretas e contra a Univesp, que tem como maior objetivo buscar uma “ponte” com seu aliado estratégico (eleitoral) em nível nacional, e que na USP escolheu apoiar a ADUSP e a candidatura oficial de Chico Miraglia. Inclusive não se pode descartar que o PSTU utilize as urnas da consulta de seus aliados, para fazer seu próprio plebiscito, repetindo a lógica de que uma eleição leva a outra e a outra...

Chamamos os companheiros do PSTU a rever sua política e a chamar em seus materiais o ato que foi convocado de comum acordo para boicotar o segundo turno das eleições, mais que eles tratam de tentar transformar em um ato por diretas. Com esta atitude, o PSTU nos fatos tem rompido com os acordos, como mostra o boletim distribuído nos últimos dias que nem menciona a campanha, os acordos assinados, e nem sequer o candidato de protesto Chico de Oliveira que foi proposto por eles.

Insistimos, é fundamental manter os acordos com os trabalhadores e seu sindicato combativo para que seja feita uma real campanha massiva, em torno dos pontos programáticos discutidos entre as entidades que impulsionamos a anti-candidatura (Sintusp, DCE e APG) para que se reverta esse atraso e para conseguirmos de fato impedir que a normalidade da burocracia acadêmica seja mantida.

Domênico Moretti, trabalhador da ECA-USP e delegado do Comando de Mobilização dos Trabalhadores









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