Quinta 28 de Março de 2024

Nacional

Contra a política do governo e a burocracia sindical

A Conlutas deve lutar por um programa operário para unificar os milhões de trabalhadores

10 Oct 2004   |   comentários

Diversos sindicatos têm se colocado contra a política do governo e a traição da direção da CUT. Mais de 200 sindicatos se reúnem na Conlutas ’ Coordenação Nacional de Lutas ’, num movimento progressivo que precisa se constituir como um pólo antigovernamental e antiburocrático nacional que unifique e coordene centenas de sindicatos e milhões de trabalhadores em defesa das lutas que ocorrem no país, cercando de apoio e solidariedade cada mobilização e greve para que seja vitoriosa e mostre a força dos trabalhadores. Para isso, a Conlutas deve dar passos à frente. Se hoje é progressivo e correto unir e coordenar os sindicatos contra as reformas sindical, trabalhista e universitária, a Conlutas deve ter como objetivo estratégico unir e coordenar os milhões de trabalhadores, empregados e desempregados para lutar por um programa de reivindicações que atenda às necessidades dos trabalhadores e da maioria da população, que só pode ser imposto com a preparação de uma greve geral nacional que paralise os principais setores da economia capitalista.

Esse programa deve exigir emprego e salário para todos. Enquanto os patrões aumentam a exploração com horas extras, devemos lutar para acabar com as horas extras e dividir as horas necessárias para a produção de maneira que todos os desempregados possam ser incorporados, diminuindo a jornada de trabalho até garantir emprego para todos. Trabalhar menos para trabalhar todos. Até que se consiga emprego para todos devemos exigir um seguro desemprego capaz de sustentar uma família operária por tempo indeterminado. Os patrões, em tempos de crises, recorrem às demissões, fazendo com os trabalhadores paguem os custos da crise gerada por eles nas empresas. Por exemplo, agora, a Vasp, mais uma vez recorrer ao governo para conseguir dinheiro público enquanto os administradores são perdoados pelas dívidas e demitem pilotos e comissários. Novamente, os sindicalistas e o governo procuram os meios para salvar os empresários, enquanto os trabalhadores pagam o pato. Contra isso não se pode ter outra resposta: fábricas que demitam ou ameacem fechar devem ser ocupadas e colocadas para produzir para garantir os empregos e os serviços para a comunidade, lutando para que o governo exproprie e estatize as empresas sob controle dos trabalhadores para impor um plano de redução de tarifas.

A inflação é uma enganação, pois o custo de vida aumenta diariamente enquanto os salários ficam dependentes de reajustes uma vez por ano, nas campanhas salariais. Para defender o nível de vida dos trabalhadores devemos lutar pelo reajuste mensal dos salários de acordo com o índice de aumento do custo de vida, pois não podemos continuar aceitando o rebaixamento dos salários enquanto os patrões ganham cada vez mais com a elevação de preços.

Para unir e coordenar os milhões de trabalhadores deste país, a Conlutas deve se tornar um pólo antigovernamental e antiburocrático que ganhe a confiança dos milhões de trabalhadores organizados nos sindicatos da CUT, sendo ativa na construção de comissões de fábrica, bancos e empresas e oposições sindicais combativas e classistas que expulsem os burocratas dos sindicatos e da CUT. A Conlutas deve aproveitar seus encontros estaduais para discutir a convocação de um Congresso Nacional de delegados de base eleitos nas fábricas, empresas, locais de trabalho e assembléias sindicais para que sejam os trabalhadores quem discuta e aprove um programa operário que defenda as reivindicações de interesse dos trabalhadores e da maioria da população junto com um plano de ação que sirva para ligar a vanguarda dos trabalhadores ao movimento de massas em ações combativas que culmine na preparação de uma greve geral que paralise a economia capitalista.

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