Sexta 29 de Março de 2024

Nacional

Aumento nas tarifas de transporte

2015 começa no Rio com um roubo ao bolso dos trabalhadores e da juventude

01 Jan 2015   |   comentários

Dia 3 de janeiro, no Rio, as tarifas de ônibus, trens, barcas e ônibus intermunicipais sofrerão um grande e abusivo reajuste. Os ônibus na capital passarão de R$ 3,00 para R$ 3,40. Mais de 13% de aumento!

Dia 3 de janeiro, no Rio, as tarifas de ônibus, trens, barcas e ônibus intermunicipais sofrerão um grande e abusivo reajuste. Os ônibus na capital passarão de R$ 3,00 para R$ 3,40. Mais de 13% de aumento! O bilhete único também subirá cerca de 12%. Com este reajuste completamente desproporcional à inflação e ao aumento dos salários dos trabalhadores, o prefeito Eduardo Paes e o governador Pezão mostram que governam para as empresas de transporte e seus lucros.

Este aumento acontece depois das tarifas terem sofrido um aumento em fevereiro de 2014. A desculpa oficial para tamanho aumento neste momento seria que estes aumentos seriam contratuais e teriam como justificativa a falta de aumentos prévios. Trata-se de uma mentira deslavada. Em fevereiro de 2014 as tarifas também aumentaram. Naquela ocasião os ônibus da capital passaram de R$ 2,75 a R$ 3,00.

O aumento de 2014 já tinha sido objeto de contestação até mesmo pelos técnicos do Tribunal de Contas do Município (TCM), que afirmavam não haver base para o aumento, segundo as contas que tinham em mãos, e até mesmo a tarifa de R$ 2,75 seria abusiva.Para o TCM o valor correto deveria ser R$ 2,50. Se R$ 2,75 era abusivo, imaginemos R$ 3,40, ainda mais depois de uma interminável série de incentivos fiscais feitos pelos governos federal, estadual e municipal aos empresários de transportes.

A justiça do Rio de Janeiro, uma verdadeira toga de aluguel para os governantes e empresários, ignorou este parecer e autorizou o aumento em 2014. Não se deve esperar nenhum comportamento distinto agora em 2015 de juízes que são rápidos em conceder aumentos e benefícios a si mesmos e igualmente rápidos em dizer amém aos governantes e empresários, e decidir contra os trabalhadores e o povo pobre.

Também não se pode esperar nada do parlamento, uma vez que a maioria dos deputados e vereadores são financiados pelos empresários do transporte (legal e ilegalmente, como veio à tona nas denúncias contra o influente ex-braço direito de Paes, Rodrigo Bethlemn). Os favores dos parlamentares às empresas de transporte também ficaram explícitos na CPI dos ônibus. Tal como os governantes, a ALERJ e a Câmara de Vereadores estão nos bolsos dos empresários.

Nas mãos dos governantes e dos empresários o transporte público seguirá caótico, de péssima qualidade, com superexploração dos trabalhadores rodoviários que muitas vezes, além de terem exaustivas jornadas, metas de horários e número de passageiros a cumprir, ainda sofrem com a dupla função de motorista e cobrador, colocando a população em risco.

Nas mãos de Paes e Pezão o transporte público será usado para tratar a população como gado e ao mesmo tempo gerar lucros para os empresários amigos como Jacob Barata e outros, que são os verdadeiros donos da cidade do Rio. Não há sequer transparência com os custos e nem mesmo desculpas críveis para os aumentos. Há um total conluio da prefeitura e governo do Estado com os empresários.
Por este motivo é chave avançar na construção de um forte movimento que além de se opor a este aumento abusivo também lute pela abertura dos livros de contabilidade de todo o sistema de transportes e pela estatização sob controle dos trabalhadores e usuários.

Analisando as contas, os trabalhadores e a juventude poderão ver que aos custos deste roubo ao nosso bolso quanto lucram estes empresários, quanto pagam em propina e doações “legais” aos partidos e políticos burgueses, e também como poderíamos ter um plano racional que melhorasse linhas, horários e realmente atendesse à população e aos trabalhadores rodoviários. Um plano democrático e racional para o transporte só poderemos ter derrotando os empresários e os governantes que lhes servem, com mobilizações de massas coordenadas com greves dos rodoviários e de outras categorias. Por isso a única solução realista é a estatização sob controle dos trabalhadores e usuários.

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